Qual o Contexto?

A doença Hepática Esteatótica associada a Disfunção Metabólica (MASLD)  é uma condição grave que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e está fortemente associada a condições como obesidade, diabetes tipo 2 e dislipidemia. As diretrizes clínicas da EASL-EASD-EASO fornecem orientações atualizadas sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento dessa doença. Diante disso, esse tema foi abordado pelo Dr. Michael Roden durante sua palestra no evento da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD) 2024.

Resumo da Palestra:

O palestrante inicia explicando que a nova diretriz oferece novas abordagens farmacológicas, especialmente para pacientes com MASLD e comorbidades, como diabetes tipo 2. São elas:

Agonistas de GLP-1: Esses medicamentos têm mostrado eficácia na perda de peso e melhora da esteatose hepática, sendo recomendados em pacientes com diabetes tipo 2 e MASLD. Estudos indicam benefícios na redução de inflamação hepática e fibrose.

Inibidores de SGLT2: Esses medicamentos, usados no tratamento de diabetes tipo 2, também apresentam efeitos promissores na redução de gordura no fígado e na melhora da resistência à insulina, sendo recomendados em pacientes com MASLD e diabetes.

Pioglitazona: Continua sendo recomendada para pacientes com esteato-hepatite não alcoólica (NASH) e diabetes tipo 2, pois demonstra melhora em parâmetros de inflamação hepática e fibrose.

Vitamina E: Recomendada em pacientes sem diabetes e com esteato-hepatite não alcoólica comprovada por biópsia, embora o uso prolongado requeira cautela devido a possíveis efeitos adversos.

Qual o Impacto na Prática?

Na prática clínica, o manejo da MASLD envolve uma abordagem multidisciplinar para garantir o manejo integrado de MASLD e suas comorbidades metabólicas. A Pioglitazona continua sendo recomendada e os medicamentos mais atuais, como análogos de GLP-1 e inibidores de SGLT2 também são indicados. Os análogos de GLP-1 são particularmente eficazes na indução de perda de peso, o que é um fator-chave no tratamento de NASH, além de melhorar a sensibilidade à insulina. Embora os resultados sejam promissores, a diretriz sugere que seu uso seja considerado como parte de uma estratégia terapêutica abrangente, combinada com mudanças no estilo de vida e o controle de outras comorbidades metabólicas.