Desejo Sexual Hipoativo: Diagnóstico Adequado é Determinado pela Confiança e o Bom Diálogo no Consultório
12 de outubro de 2024
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Recife - PE, 11 de Outubro de 2024. A desordem do desejo sexual hipoativo, caracterizada pela diminuição ou ausência persistente do desejo sexual, afeta significativamente a qualidade de vida de até 40% das mulheres. Apesar de ser um problema comum, este quadro tido como alarmante é, muitas vezes, negligenciado nas consultas médicas devido à falta de abertura para uma conversa sincera sobre o tema.
Um dos principais desafios para o diagnóstico e tratamento dessa condição é a subnotificação. Muitas mulheres não relatam seus problemas sexuais aos profissionais de saúde por diversos motivos, como vergonha, medo de julgamento ou falta de conhecimento sobre o assunto.
As causas do desejo sexual hipoativo são multifatoriais e podem incluir:
Fatores biológicos: Alterações hormonais, condições médicas como diabetes e doenças cardiovasculares, e o uso de determinados medicamentos.
Fatores psicológicos: Depressão, ansiedade, estresse, traumas e problemas de relacionamento.
Fatores sociais: Pressões sociais, expectativas culturais e falta de comunicação com o parceiro.
“Simplesmente, pergunte!”
O papel do médico é fundamental na identificação e tratamento da desordem do desejo sexual hipoativo. A Dra. Thyciara Fontenele, endocrinologista e especialista no tema, enfatiza a importância de abordar o assunto de forma aberta e acolhedora durante as consultas. Ao questionar a paciente sobre sua vida sexual, o médico demonstra interesse e respeito, criando um ambiente seguro para a conversa.
O tratamento do desejo sexual hipoativo deve ser individualizado e pode incluir:
Medidas comportamentais: Terapia sexual, mindfulness, exercícios de relaxamento e comunicação com o parceiro.
Tratamento farmacológico: Em alguns casos, o uso de medicamentos como a testosterona e a bupropiona pode ser indicado. No entanto, a testosterona deve ser utilizada com cautela e sob acompanhamento médico, pois seu uso em mulheres ainda é considerado off-label no Brasil.
Tratamento das condições médicas associadas: O tratamento de doenças como diabetes, hipertensão e depressão pode melhorar o desejo sexual.
A Dra. Thyciara Fontenele também destaca a importância de diagnosticar e tratar a síndrome genitourinária da menopausa, que pode contribuir para o desenvolvimento do desejo sexual hipoativo. Essa síndrome é caracterizada por sintomas como secura vaginal, ardência e dor durante a relação sexual, e pode ser tratada com lubrificantes e hidratantes vaginais, além de terapia hormonal.
A desordem do desejo sexual hipoativo é um problema de saúde pública que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. A abordagem desse tema nas consultas médicas é fundamental para identificar as causas, oferecer tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida das pacientes. A colaboração entre profissionais de saúde de diferentes áreas, como ginecologistas, endocrinologistas e psicólogos, é essencial para o sucesso do tratamento. Vale salientar que, antes de realizar um tratamento farmacológico, deve-se alinhar as expectativas da paciente quanto à possibilidade de melhora.
Autor do conteúdo
Caroline Pamponet
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/desejo-sexual-hipoativo-diagnostico-adequado-e-determinado-pela-confianca-e-o-bom-dialogo-no-consultorio
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