Qual o Contexto?

A complacência arterial e a capacitância venosa são prejudicadas em pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção preservada (ICFEP), o que contribui para congestão durante períodos de estresse. Os inibidores do SGLT2 reduzem a congestão e melhoram os desfechos em ICFEP, mas os mecanismos de tal melhora ainda são incertos. Portanto, esta análise secundária do estudo CAMEO-DAPA mostrou que a dapagliflozina pode ter efeitos vasculares benéficos durante o exercício.

Como o Estudo Foi Feito?

37 pacientes com ICFEP foram submetidos a testes hemodinâmicos invasivos e ecocardiografia durante exercícios físicos, comparando a dapagliflozina ao placebo ao longo de 24 meses. Os resultados mostraram que não houve efeito significativo da dapagliflozina sobre a pressão arterial de repouso, mas a medicação reduziu de forma significativa a pressão arterial sistólica durante o pico do exercício (p=0,016). Além disso, a dapagliflozina reduziu o volume sanguíneo de estresse estimado em repouso e durante o pico do exercício (p=0,018) e melhorou a capacitância venosa, evidenciada por um declínio na proporção entre o volume de sangue sob estresse estimado e o volume de sangue total (p=0,020).

Qual o Impacto na Prática?

Os achados desta análise secundária mostram que o uso da dapagliflozina pode melhorar a capacidade de exercício de pacientes com ICFEP, o que ajuda a reduzir o risco cardiovascular. Dessa forma, os resultados apresentados corroboram as recomendações dos guidelines mais recentes sobre insuficiência cardíaca. Por isso, em pacientes com ICFEP, é crucial iniciar terapia com a dapagliflozina, uma vez que oferece claros benefícios clínicos.