Qual o Contexto?

 A ingestão de alimentos ultraprocessados (UPF), que são baixos em fibras, antioxidantes e vitaminas, mas ricos em sal, gordura saturada, açúcar processado, estabilizadores e emulsificantes, está associada ao aumento da inflamação sistêmica e riscos de várias doenças. Estudos anteriores sobre padrões alimentares e o risco de desenvolver lúpus eritematoso sistêmico (LES) foram inconclusivos, exceto por uma relação potencial entre alta ingestão de nozes e menor risco de LES, e alta ingestão de carboidratos com risco aumentado. Esta coorte prospectiva avaliou a relação entre a ingestão de alimentos UPF e a incidência de LES nas coortes do Nurses' Health Study. O estudo concluiu que uma maior ingestão diária cumulativa de UPF está associada a um risco mais de 50% maior de LES, e o dobro do risco para LES positivo para anti-dsDNA.

Como o Estudo Foi Feito?

204.175 mulheres foram acompanhadas com questionários de frequência alimentar a cada 2-4 anos. Diagnósticos de LES foram confirmados por registros médicos. A análise encontrou uma associação positiva entre o consumo diário de UPF e uma maior incidência de LES, 50% maior no grupo de maior consumo de UPF, comparado ao grupo de menor consumo. Houve uma maior associação para risco de LES, quando anti-DNA positivo, e entre os alimentos individuais UPF. As bebidas adoçadas com açúcar/artificialmente adoçadas foram associadas a um aumento de 45% no risco de LES, sem correlação com estratificações do IMC. 

Qual o Impacto na Prática?

Embora haja um reconhecimento crescente da influência da dieta na inflamação e progressão do LES, existem poucos estudos prospectivos sobre dieta e risco de LES. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados pode ser uma estratégia importante para mitigar o risco de desenvolvimento de LES. Portanto, apesar do desenho observacional, este estudo fornece evidências robustas para a adoção de padrões alimentares mais saudáveis como medida preventiva contra doenças autoimunes e sugerem que a redução do consumo de alimentos ultraprocessados pode ter um impacto significativo na saúde geral e na prevenção de LES.