Como Eu Uso Bombas de Insulina e Sistemas Automatizados de Administração de Insulina
07 de fevereiro de 2025
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Entre as tecnologias disponíveis para o tratamento do diabetes, a bomba de insulina, ou infusão subcutânea contínua de insulina, é amplamente reconhecida por melhorar o controle glicêmico e facilitar a rotina de pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2. Esses dispositivos administram insulina de ação rápida de forma contínua, replicando parcialmente a função do pâncreas, e têm sido preferidos em muitos casos por sua eficácia e flexibilidade.
Os sistemas de infusão automatizada de insulina (AID) são uma evolução das bombas tradicionais, combinando três componentes principais: uma bomba de insulina, um monitor contínuo de glicose (CGM) e algoritmos avançados. O CGM fornece dados em tempo real, permitindo que os algoritmos ajustem automaticamente a infusão de insulina com base nas tendências glicêmicas, na velocidade de variação da glicose e no feedback do sensor. Apesar de ainda requererem entrada manual para doses prandiais, os AID minimizam eventos de hiper e hipoglicemia, sendo preferidos em relação às bombas não automatizadas.
Os “Standards of Care in Diabetes” da American Diabetes Association (ADA) apresentam diretrizes atualizadas para o manejo do diabetes, incluindo componentes do tratamento, metas glicêmicas, e ferramentas de avaliação da qualidade do cuidado. As recomendações são categorizadas de acordo com o nível de evidência: Nível A (estudos consistentes e de alta qualidade; recomendações fortes), Nível B (evidências moderadas ou limitadas; recomendações moderadas), Nível C (baseadas em estudos de menor qualidade ou consenso de especialistas; recomendações fracas) e Nível E (fundamentadas no consenso ou experiência clínica).
Para crianças e adultos com DM1 ou outros tipos de diabetes que apresentam deficiência de insulina, o AID é recomendado para otimizar o controle glicêmico e reduzir os episódios de hipoglicemia. Esse sistema é ideal para pacientes que conseguem manejar o dispositivo corretamente, considerando suas preferências e necessidades individuais. NÍVEL DE EVIDÊNCIA A.
Oferecer bombas de insulina, preferencialmente com CGM, para jovens e adultos com DM2 em uso de múltiplas doses de insulina (MDI). Esse tratamento é indicado para pacientes que apresentam dificuldades em alcançar estabilidade glicêmica com MDI e podem manusear o dispositivo com segurança. NÍVEL DE EVIDÊNCIA A.
Para pacientes que desejam uma alternativa de baixo custo aos AID comerciais, sistemas de código aberto (OpenAPS) oferecem infusão automatizada de insulina, combinando sensores e bombas já disponíveis no mercado. Essa solução reduz custos enquanto mantém benefícios como o ajuste automático da insulina. NÍVEL DE EVIDÊNCIA B.
Em pacientes hospitalizados com diabetes, as bombas de insulina podem ser mantidas para assegurar a continuidade do controle glicêmico, desde que clinicamente apropriado. É necessário monitoramento frequente de glicemia, protocolos institucionais claros e recursos adequados para evitar erros no ajuste de doses ou complicações como hipoglicemias. NÍVEL DE EVIDÊNCIA C.
Pacientes que utilizam sistemas de infusão contínua de insulina (CSII) devem continuar tendo acesso a esses dispositivos sem custos diretos, por meio de cobertura de terceiros pagadores, evitando a interrupção do tratamento devido a barreiras financeiras. NÍVEL DE EVIDÊNCIA E.
Início de Terapia com Bomba
Terapia com bomba de insulina pode ser iniciada logo no diagnóstico, principalmente em pacientes com perfis que indiquem maior risco de descontrole glicêmico. Avaliar características clínicas, configurar o dispositivo e educar sobre prevenção de complicações como cetoacidose são passos essenciais.
Uso de AID em Gestantes
Sistemas AID aprovados atualmente não possuem metas glicêmicas específicas para gestação. A decisão de iniciar ou continuar o uso deve ser avaliada caso a caso, especialmente considerando os benefícios do ajuste automatizado da insulina versus a falta de algoritmos otimizados para gravidez.
Internação Hospitalar – Ajustes Durante Doenças Agudas:
Durante internações, bombas de insulina podem ser mantidas sob supervisão rigorosa para garantir que as metas glicêmicas sejam atingidas, mesmo em situações de infecção, mudanças na nutrição ou uso de medicamentos que impactem a sensibilidade à insulina.
Tecnologia e Educação – Suporte para Melhores Resultados:
Embora as inovações tecnológicas avancem rapidamente, o envolvimento do paciente no autocuidado e o suporte educacional continuam fundamentais para o sucesso do tratamento.
Autor do conteúdo
Melanie Rodacki
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-uso-bombas-de-insulina-e-sistemas-automatizados-de-administracao-de-insulina
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