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    Como Eu Trato Disfunção Metabólica Associada à Doença Hepática Esteatótica Com Base na Diretriz EAS-EASD-EASO 2024

    15 de novembro de 2024

    3 minutos de leitura

    Racional:

    • A disfunção metabólica associada à doença hepática esteatótica (MASLD), previamente chamada de doença hepática gordurosa não-alcoólica (NAFLD), trata-se de doença esteatótica hepática, na presença de ≥ 1 fator de risco cardiometabólico e ausência de doses prejudiciais de álcool. É associada a elevado risco de eventos cardiovasculares, doença renal crônica, falência hepática, cirrose e carcinoma hepatocelular.

    • Esta diretriz conjunta EASL-EASD-EASO objetiva fornecer atualização sobre definições, prevenção, triagem, diagnóstico e tratamento para MASLD.

    • Os níveis de evidência e recomendações desta diretriz seguiram o sistema Oxford Centre for Evidence-Based Medicine System, onde as recomendações podem ser fortes (deve ou não recomendar) ou fracas/abertas (pode ou não sugerir) e os níveis de evidência são numerados entre 1 e 5: 1 e 2 são recomendações improváveis de serem modificadas por outras pesquisas, por serem muito confiáveis; 3 e 4 são recomendações prováveis de serem modificadas por pesquisas adicionais e 5 são recomendações em que qualquer estimativa do efeito é incerta.

    Recomendações:

    Critérios de Diagnóstico

    • MASLD com Fibrose Hepática: buscar em indivíduos com diabetes tipo 2 ou obesidade abdominal e pelo menos um fator de risco metabólico adicional, ou com testes de função hepática anormais.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    • Uso do Índice FIB-4: aplicar em casos de esteatose detectada incidentalmente.

      • Intervalo FIB-4 1,3-2,67: intensificar manejo de comorbidades e reavaliar em ≤1 ano ou realizar elastografia hepática se persistir suspeita de fibrose ou em grupos de alto risco.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    • Biópsia Hepática: geralmente não necessária para diagnóstico clínico e manejo da MASLD; necessária apenas para diagnóstico definitivo de esteatohepatite e exclusão de outras causas hepáticas.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 1

    Plano de Manejo

    • Avaliação de Comorbidades Associadas: avaliar comorbidades como diabetes tipo 2, dislipidemia, hipertensão arterial, apneia do sono, e síndrome dos ovários policísticos.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    • Terapia Dietética e Comportamental: recomendar dieta semelhante à dieta mediterrânea e atividade física (> 150 minutos/semana de atividade moderada ou 75 minutos/semana de intensa) para redução de peso corporal.

      • Objetivos da Redução de Peso Corporal:

        • ≥ 5% para redução da gordura hepática

        • 7 – 10% para melhora da inflamação

        • ≥ 10% para melhora da fibrose

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 1

    • Tratamento com Resmetirom: considerar em adultos com MASLD não-cirrótica e fibrose estágio ≥ 2.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    • Inibidores do GLP-1: usar para indicações como diabetes tipo 2 e obesidade, pois melhora desfechos cardiometabólicos.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    • Cirurgia Bariátrica: considerar em MASLD não cirrótica, devido aos efeitos benéficos de longo prazo no fígado e remissão de diabetes tipo 2.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    • Rastreio de Câncer Extra-Hepático: encorajar em adultos com MASLD, com base na exposição à obesidade e diabetes tipo 2.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    • Consumo de Álcool: desencorajar em pacientes com doença hepática esteatótica.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    • MASLD com Fibrose Avançada ou Cirrose: a regressão da fibrose está associada a um risco reduzido de desfechos negativos relacionados ao fígado.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    Manejo de Situações Especiais (se aplicável)

    • Avaliação Multidisciplinar em Candidatos a Transplante Hepático: avaliar por equipe multidisciplinar para estratificação cardiovascular e metabólica.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    • Pacientes Transplantados por MASLD: alto risco de recorrência após transplante, especialmente em presença de múltiplos fatores de risco metabólicos.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    • Uso de Metformina em Cirrose Compensada: usar apenas se a função renal estiver preservada; evitar em cirrose descompensada devido ao risco de acidose láctica.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 3

    Critérios de Resolução

    • Redução de Esteatose e Regressão de Fibrose: observar em exames de imagem.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    • Redução dos Marcadores de Função Hepática: especialmente alanina aminotransferase.

      • Recomendação: forte

      • Nível de evidência: 2

    Transição de Tratamento

    • Testes Laboratoriais e Exame Físico em Follow-up: realizar regularmente para monitorar comorbidades relacionadas.

    • Recomendação: forte

    • Nível de evidência: 2

    Outras Informações Pertinentes

    • Inibidores do SGLT2: seguros em adultos com MASLD, indicados para diabetes tipo 2, insuficiência cardíaca e doença renal crônica.

      • Recomendação: forte

    Nível de evidência: 3


    Autor do conteúdo

    Carolina Ferrari


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-trato-disfuncao-metabolica-associada-a-doenca-hepatica-esteatotica-com-base-na-diretriz-eas-easd-easo-2024


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