Como eu Trato a Síndrome de Liberação de Citocinas e Sepse Com Base em Revisão de Literatura em 2024
29 de agosto de 2024
2 minutos de leitura
A síndrome de liberação de citocinas (CRS) e a sepse compartilham uma sobreposição clínica considerável, apresentando manifestações como febre, hipotensão, choque vasodilatador e falência de múltiplos órgãos.
A CRS é frequentemente desencadeada por terapias como células CAR-T, inibidores de pontos de verificação (CPIs) e infusão de células-tronco hematopoiéticas, especialmente de doadores haploidênticos.
Este é um tema que carece de guidelines e recomendações formais, o que torna a prática clínica baseada principalmente em revisões de literatura. Este texto foi elaborado com base no estudo de Athale J, publicado na Infectious Disease Clinics of North America em 2022.
Distinção entre CRS e Sepse:
Diferenciar CRS de sepse é fundamental para iniciar a terapia adequada. Na ausência de uma distinção clara, é essencial tratar ambas as condições simultaneamente.
Foco na manutenção da perfusão dos órgãos, oxigenação adequada, suporte hemodinâmico e monitoramento frequente de marcadores inflamatórios.
O tratamento de suporte deve incluir a gestão de coagulopatias e o alívio dos sintomas.
Tratamento:
Tocilizumabe e Corticosteroides:
Tocilizumabe é um anticorpo monoclonal anti-IL-6 utilizado para mitigar a CRS e está sendo investigado para tratamento de sepse.
Corticosteroides, como dexametasona e hidrocortisona, são usados em casos graves de CRS, especialmente na síndrome de ativação de macrófagos (ICANS), devido à sua ação citolítica e anti-inflamatória. Eles são eficazes por atravessar a barreira hematoencefálica.
Contudo, corticosteroides devem ser usados com cautela, pois, em pacientes tratados com CAR-T, doses altas ou uso precoce foram associados a uma menor sobrevida global. O papel dos corticosteroides no choque séptico continua controverso, embora estudos sugiram que possam acelerar a recuperação e melhorar a mortalidade.
Estratégia de Ressuscitação de Fluidos:
Ao contrário da sepse, a CRS exige um uso cauteloso de fluidos para evitar congestão pulmonar.
Recomenda-se o uso precoce de vasopressores após um modesto desafio de fluido para minimizar o extravasamento para o terceiro espaço.
Terapia Antimicrobiana:
A administração precoce de antibióticos em choque séptico melhora a mortalidade.
Pacientes com CRS pós-terapia CAR-T apresentam alto risco de infecções, sendo necessário iniciar antibióticos precocemente.
A neutropenia após a terapia de condicionamento exige a administração imediata de agentes antibacterianos de amplo espectro.
CRS:
Causa: comumente associada a terapias oncológicas, como CAR-T e CPIs.
Sintomas: febre, hipotensão e hipoxemia ocorrem tipicamente dentro de uma semana após a infusão de CAR-T.
Tratamento: evitar excesso de fluidos; usar tocilizumabe e considerar corticosteroides em casos graves.
Sepse:
Causa: infecção é a causa subjacente primária.
Sintomas: sinais de infecção bacteriana evidente, com febre, hipotensão e disfunção de múltiplos órgãos.
Tratamento: administração agressiva de fluidos e antibióticos de amplo espectro. Considerar o uso de corticosteroides apenas em choque séptico refratário.
Autor do conteúdo
Izabela Sinara
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-trato-a-sindrome-de-liberacao-de-citocinas-e-sepse-com-base-em-revisao-de-literatura-em-2024
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