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    Como Eu Manejo Osteoporose em Homens Com Base nas Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia 2017

    06 de janeiro de 2025

    3 minutos de leitura

    Racional:

    • A osteoporose é subdiagnosticada, principalmente por ser assintomática, o que resulta em baixa adesão ao tratamento. Na população masculina, fatores culturais e comportamentais agravam essa situação. A prevalência em homens com mais de 50 anos é de até 8%, com risco de fratura osteoporótica de 13% ao longo da vida.

    • Etiologias são divididas em involucional (associada ao envelhecimento), idiopática e secundária (associada a fármacos, etilismo e hipogonadismo).

    • As recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia (2017) derivam de revisão sistemática de literatura e embasam a prática clínica abrangendo epidemiologia, etiologia, diagnóstico e tratamento.
       

    Recomendações:

    • Indicações de densitometria óssea em homens:

      • Idade > 70 anos

      • História de fratura por fragilidade

      • Doenças que cursem com baixa massa óssea

      • Uso de medicações associadas à baixa massa óssea

      • Acompanhamento de osteoporose estabelecida

    • Definição densitométrica de osteoporose:

      • T-Score < -2,5 em coluna lombar, colo femoral e fêmur total.para homens com mais de 50 anos (utilizando dados derivados de homens brancos para todas as populações, sem adequação étnica)

      • Z-Score < 2,0 em homens entre 20 e 50 anos, utilizando dados corrigidos par etnia.(a classificação adequada é “densidade óssea abaixo da esperada para idade”)

    • Exames laboratoriais para avaliação inicial:

      • Hemograma completo

      • Cálcio e fósforo séricos 

      • Creatinina sérica

      • Vitamina D [25(OH)D]

      • Cálcio urinário de 24h

    • Indicações para investigar causas secundárias de osteoporose:

    • Uso prolongado de glicocorticoides.

    • Consumo excessivo de álcool.

    • Hipogonadismo primário ou secundário, incluindo o uso de terapia de deprivação androgênica para tratamento de câncer de próstata​​.

    • Outras doenças endócrinas, como hiperparatireoidismo primário e hipertireoidismo.

    • Síndromes de má absorção e doenças gastrointestinais, como doença celíaca.

    • Mieloma múltiplo, neoplasias e insuficiência renal crônica​.

    • Exames laboratoriais adicionais para investigação de causas secundárias (de acordo com quadro clínico):

      • Dosagem sérica de testosterona total e livre, principalmente em homens com sinais clínicos de hipogonadismo​​.

      • Exames para avaliar função tireoidiana (TSH, T4 livre), 

      • Cortisol urinário para suspeita de síndrome de Cushing 

      • Eletroforese de proteínas para investigar mieloma múltiplo.

      • Anticorpos antitransglutaminase para investigar doença celíaca​​.

    • Orientações de estilo de vida para otimização de saúde óssea:

    • Dieta equilibrada com ingestão adequada de cálcio (1.000 a 1.200 mg/dia) e vitamina D (800 a 1.000 UI/dia).

    • Prática regular de exercícios físicos com carga, como musculação e caminhada.

    • Cessar tabagismo e moderar o consumo de álcool, que são fatores de risco importantes para perda óssea.

    • A reposição de testosterona pode ser considerada para homens com hipogonadismo, porém, não há evidências suficientes de que isso reduza o risco de fraturas por fragilidade. Deve ser usada com cautela, especialmente em homens com risco aumentado para câncer de próstata.

    • Fármacos utilizados em osteoporose masculina com evidência de redução de fraturas por fragilidade:

      • Risedronato: utilizado principalmente para reduzir fraturas vertebrais e não vertebrais.

      • Ácido zoledrônico: uma opção para homens que não podem usar bisfosfonatos orais, com eficácia comprovada na prevenção de fraturas.

    • Fármacos utilizados em osteoporose masculina com evidência de incremento de densidade mineral óssea:

      • Alendronato: primeira linha para o aumento da DMO, eficaz na prevenção de fraturas vertebrais e não vertebrais.

      • Teriparatida: indicada para pacientes com osteoporose grave ou falha no tratamento com bisfosfonatos.

      • Denosumabe: outra opção eficaz em homens com intolerância aos bisfosfonatos.

      • Ranelato de estrôncio: limitado a pacientes sem outras opções terapêuticas e sem risco cardiovascular.

    A ferramenta FRAX® é validada para a população brasileira masculina e feminina entre 40 e 90 anos. Ela calcula o risco a longo prazo de fraturas osteoporóticas e pode ser utilizada para determinar a necessidade de intervenção farmacológica.


    Autor do conteúdo

    Marcos Jacinto


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-manejo-osteoporose-em-homens-com-base-nas-recomendacoes-da-sociedade-brasileira-de-reumatologia-2017


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