• Home

    Como Eu Lido com Erro Médico? Se o pior acontecer ... pense como o Michael Jordan ou como um estoico

    25 de outubro de 2024

    3 minutos de leitura

    Racional:

    “Errei mais de 9.000 arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos, vinte e seis vezes confiei em mim para fazer a tacada da vitória e errei. Eu falhei várias vezes. E é por isso que tenho sucesso.'’ ― Michael Jordan

    • Insistentemente ouvimos da cultura que é errando que se aprende. Não é à toa que, quando um amigo fracassa, costumamos dizer essa frase como forma de consolo, além de outras pequenas bondades. Curiosamente, quando o erro é nosso, não conseguimos fazer o mesmo. E por que? Porque, somos o nosso pior crítico. Na maioria das vezes, você nunca julgaria um amigo, um familiar ou um colega tão duramente quanto você se julga por ser um humano imperfeito. Existe uma vozinha na sua cabeça que sussurra: “você já deveria saber isso; suas habilidades são medíocres”. 

    • Na saúde, o potencial de dano ao paciente carrega consigo a ideia de incompetência e de sanções institucionais. No BMJ, o Dr. Wu definiu como “a segunda vítima”, o cuidador implicado por um erro pelo qual se sente pessoalmente responsável. Enquanto segunda vítima, experimentaremos sentimentos de fracasso e questionaremos nossa experiência clínica e nossa competência fundamental. 

    • A proposta é refletir sobre a inevitável sensação de fracasso durante uma carreira, e esperamos que este breve artigo possa lhe dar um ponto de partida para ajudá-lo através de sua própria experiência individual.

    Sugestões:

    • Fale sobre

    Após um erro médico ou mesmo reprovação em uma prova, pode ser estressante iniciar uma conversa com um colega ou um chefe sobre o que aconteceu, principalmente se você estiver no início da carreira. Quando nos sentimos inadequados, nossa mente tende a nos comparar e contar a história de que as outras pessoas lidam melhor com os desafios da vida. A verdade é que nós não vimos os rascunhos daqueles que admiramos, simplesmente porque começamos depois deles. 

    Ao conversar, você descobrirá que não está sozinho e até mesmo o mais respeitado modelo terá tido lutas e dificuldades. E perceberá que a perfeição alheia só existe na pouca convivência.

    • As emoções sabem melhor

    Talvez já te consolaram com o “ficar triste só demonstra que você é um bom médico, que você se importa”. Esses afetos negativos, como a tristeza, a vergonha e a culpa, para além de reforçar o senso comum de ser alguém bom, podem te ajudar a se tornar um médico melhor. 

    A cognição tende a nos blindar da experiência com justificativas externas, focado no papel dos outros. Em contrapartida, quem reconhece a existência de um mundo interior e está atento à sua dor pode trazer clareza para as emoções desagradáveis, evitando um looping de pensamentos autodepreciativos. A  atenção às emoções permite sair do modo de autojulgamento.

    Em alguns trabalhos de psicologia, aqueles que experienciaram com consciência suas emoções, sem negá-las ou procurar distrações, foram os que tiveram maior disposição para tentar de outra forma e aprender, repetindo menos o erro.

    • Treine a autocompaixão

    Tente não se definir pelo fracasso. Ter compaixão significa tentar ser extremamente compreensivo diante da variedade de razões que podem ter ocasionado nossa falha. 

    Saiba que confiança também significa perdoar a nós mesmos pelos horrores das primeiras tentativas.

    • Pense como um estoico

    Se o seu fracasso for o pior que poderia ter acontecido, experimente ler sobre o estoicismo. Sugiro Meditações, livro de reflexões do imperador Marco Aurélio. 

    • Se (Quando) o pior acontecer… um estoico diria assim

    … compreenderei que uma carreira não pode ser construída sem erros; terá imperfeições, contará com o acaso e, por isso, possui beleza e dignidade.

    … aprenderei a aceitar o que é suficientemente bom, distinguir o que vale a pena lamentar do que é apenas um incômodo passageiro. Serei, em muitas situações, infinitamente mais calmo.

    • E agora?

    Trabalhamos com uma profissão científica. Após acolher seus sentimentos, aplicar o mesmo rigor científico pode ajudar a se recuperar. Depois de reunir os fatos, trabalhe com a pergunta: o que aprendi com isso? Tire a sua conclusão e pense em como aplicar essa descoberta no futuro.

    Por fim, o fracasso pode ser debilitante. Se você está lutando para passar por isso ou não está funcionando tão bem quanto você normalmente deveria ou faz, procure ajuda profissional.

    Lembre-se: você não está sozinho em sua experiência de fracasso.

    Gallery | Wildlife Photographer of the Year | Natural History Museum (nhm.ac.uk)


    Autor do conteúdo

    Ionara Medeiros


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-lido-com-erro-medico-se-o-pior-acontecer-pense-como-o-michael-jordan-ou-como-um-estoico


    Compartilhe

    Portal de Conteúdos MEDCode

    Home

    Copyright © 2024 Portal de Conteúdos MEDCode. Todos os direitos reservados.