Como Eu Faço Reversão de Antiplaquetários em Pacientes com Hemorragia Intracraniana Com Base na Diretriz da Sociedade de Cuidados Neurocríticos 2016
16 de outubro de 2024
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Os antitrombóticos incluem anticoagulantes, agentes antiplaquetários e trombolíticos. São comumente utilizados para tratar eventos tromboembólicos ou como profilaxia em diferentes condições clínicas. Entretanto, esses agentes aumentam o risco de sangramento.
Devido às controvérsias na literatura sobre a reversão de antitrombóticos em pacientes com hemorragia intracraniana, esta diretriz foi elaborada para fornecer evidências sobre os efeitos desses agentes. A Sociedade de Cuidados Neurocríticos (NCS), em conjunto com a Sociedade Médica de Cuidados Críticos, reuniu 13 profissionais de diversas instituições e especialidades, como neurocrítica, neurologia, neurocirurgia, AVC, medicina de emergência e hematologia, para desenvolver o guideline. A população estudada incluiu adultos com hemorragia intracraniana espontânea ou traumática, excluindo casos de coagulopatias intrínsecas, com estudos em inglês publicados até janeiro de 2013. Neste texto, abordaremos apenas as recomendações relacionadas aos antiplaquetários.
Os estudos selecionados foram avaliados usando a escala GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation) para estratificar a força das evidências, com recomendações elaboradas e revisadas pelo painel de especialistas. O método GRADE categoriza a qualidade das evidências em quatro níveis (alta, moderada, baixa e muito baixa) e, com base na qualidade das evidências, na relação risco-benefício e na disponibilidade de recursos, classifica as recomendações como fortes ou condicionais. Boas práticas clínicas referem-se a recomendações baseadas na experiência e no consenso de especialistas, em que a força da evidência não foi formalmente classificada pela diretriz.
Recomendações para reversão de efeito de antiplaquetários
É recomendada a interrupção do agente antiplaquetário em caso de hemorragia intracraniana suspeita ou confirmada (Boa prática)
Para pacientes sem programação de abordagem neurocirúrgica, não se recomenda a transfusão de plaquetas em casos de hemorragia intracraniana, independentemente do tipo de antiplaquetário, teste de função plaquetária e do volume da hemorragia (Recomendação condicional)
Para pacientes com programação de abordagem neurocirúrgica, recomenda-se a transfusão de plaquetas em casos de hemorragia intracraniana relacionada a AAS ou inibidor de ADP.
Testes de função plaquetária são recomendados antes da transfusão de plaquetas (Recomendação forte)
Caso não seja possível realizar testes de função plaquetária, recomenda-se a transfusão plaquetária empírica (Recomendação condicional)
Não se recomenda a transfusão de plaquetas em caso de teste de função plaquetária normal (Recomendação forte)
Não se recomenda a transfusão de plaquetas em casos de hemorragia intracraniana relacionada ao uso de AINES ou inibidores de GP IIb/IIIa, mesmo se houver programação de abordagem neurocirúrgica (Recomendação condicional)
Em casos de hemorragia intracraniana relacionada ao uso de AAS, inibidores de COX-1 ou inibidores de ADP, deve-se considerar o uso de uma única dose de 0,4 μg/Kg de desmopressina IV, caso haja programação de abordagem neurocirúrgica (Recomendação condicional)
Autor do conteúdo
Guilherme Lemos
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-faco-reversao-de-antiplaquetarios-em-pacientes-com-hemorragia-intracraniana-com-base-na-diretriz-da-sociedade-de-cuidados-neurocriticos-2016
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