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    Como Eu Faço Profilaxia de Tromboembolismo Venoso em Pacientes Neurocríticos Com Base na Diretriz da Sociedade de Cuidados Neurocríticos 2016

    21 de agosto de 2024

    3 minutos de leitura

    Racional:

    • O tromboembolismo venoso (TEV) é uma complicação comum em pacientes neurocríticos, e está entre as três principais causas de óbito cardiovascular. O risco aumentado de trombose é multifatorial e inclui não só estase sanguínea aumentada devido a imobilismo, que é comum nessa população, mas também ativação endotelial causada por alterações inflamatórias e outros distúrbios com ações pró-coagulantes. Além do risco de TEV, muitos desses pacientes tem ainda risco aumentado de sangramento, o que torna a profilaxia de TEV um desafio. 

    • O objetivo da diretriz é fornecer dados baseados em evidência, para a administração adequada de profilaxia de TEV com foco nos pacientes neurocríticos.

    • As evidências foram avaliadas usando a escala GRADE para estratificar a força das recomendações, que foram elaboradas pelos grupos de trabalho e revisadas por um painel de especialistas. A metodologia GRADE categoriza a qualidade das evidências em quatro níveis (alta, moderada, baixa e muito baixa) e classifica as recomendações como fortes ou fracas, baseadas na qualidade das evidências, na relação risco-benefício, nos valores e preferências dos pacientes e na disponibilidade de recursos.

    Recomendações:

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi)

      • Iniciar a profilaxia farmacológica para TEV o mais precocemente possível em todos os pacientes com AVCi agudo. (Forte)

      • Para pacientes com mobilidade reduzida, recomenda-se profilaxia medicamentosa associada à compressão pneumática intermitente. (Forte)

      • Em pacientes submetidos a craniotomia ou procedimentos endovasculares, iniciar profilaxia medicamentosa e/ou compressão pneumática intermitente no período imediato após a cirurgia ou procedimento endovascular. Adiar a profilaxia medicamentosa por 24 horas em pacientes que receberam rTPA. (Fraca)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos Hemorragia Intracraniana

      • Recomenda-se compressão pneumática intermitente e meias de compressão graduada desde o início da internação hospitalar. (Forte)

      • Iniciar heparina profilática após 48 horas da admissão hospitalar em pacientes com hematoma estável e sem coagulopatia. (Fraca)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos com Hemorragia Subaracnoidea (HSA) Aneurismática

      • Não se recomenda profilaxia de TEV com heparina em pacientes com HSA aneurismática e aneurisma roto não tratado. (Forte)

      • Utilizar compressão pneumática intermitente desde o início da internação em pacientes com HSA. (Forte)

      • Iniciar profilaxia com heparina após 24 horas do tratamento do aneurisma, seja por abordagem cirúrgica ou embolização. (Forte)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos com Traumatismo Cranioencefálico (TCE)

      • Recomenda-se compressão pneumática intermitente dentro das primeiras 24 horas do trauma ou 24 horas após craniotomia. (Fraca)

      • Iniciar heparina profilática entre 24 e 48 horas após o trauma ou 24 horas após craniotomia. (Fraca)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos com Tumor Intracraniano

      • Recomenda-se profilaxia de TEV com heparina em pacientes hospitalizados com tumor intracraniano, que tenham baixo risco de sangramento grave e sem sinais de sangramento. (Forte)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos com Lesão de Medula Espinhal

      • Iniciar profilaxia de TEV o mais precocemente possível, dentro das primeiras 72 horas da lesão. (Forte)

      • Evitar o uso isolado de profilaxia mecânica, exceto quando não for possível utilizar heparina. (Fraca)

      • Iniciar heparina profilática assim que o sangramento estiver controlado. (Forte)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Críticos com Doença Neuromuscular

      • Recomenda-se profilaxia com heparina em pacientes críticos com doenças neuromusculares (ex.: Guillain-Barré e Miastenia Gravis). (Forte)

      • Para pacientes com risco de sangramento, utilizar compressão pneumática intermitente. (Fraca)

      • Utilizar meias de compressão graduada quando não for possível usar heparina e compressão pneumática intermitente. (Fraca)

      • Manter a profilaxia de TEV durante toda a internação hospitalar ou até que o paciente recupere a capacidade de deambular. (Fraca)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Submetidos a Cirurgia Eletiva de Coluna

      • Recomenda-se deambulação associada à profilaxia mecânica isolada ou associada a heparina profilática. (Forte)

      • Para pacientes com alto risco de TEV, recomenda-se deambulação associada a medidas mecânicas e heparina profilática. (Forte)

      • Em cirurgias complicadas, utilizar compressão pneumática associada a heparina profilática. (Forte)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Submetidos a Craniotomia Eletiva

      • Utilizar compressão pneumática intermitente associada a heparina nas primeiras 24 horas após a cirurgia. (Forte)

    • Profilaxia de TEV em Pacientes Submetidos a Procedimentos Endovasculares Intracranianos

      • Para pacientes com hemiparesia por AVC ou outras lesões neurológicas, recomenda-se o uso de heparina e/ou profilaxia mecânica de TEV nas primeiras 24 horas, se não houver alteração do tempo de ativação de protrombina.(Fraca)

    Adiar a profilaxia medicamentosa por pelo menos 24 horas após o uso de trombolítico no procedimento.(Fraca)


    Autor do conteúdo

    Guilherme Lemos


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-faco-profilaxia-de-tromboembolismo-venoso-em-pacientes-neurocriticos-com-base-na-diretriz-da-sociedade-de-cuidados-neurocriticos-2016


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