• Home

    Como Eu Faço o Diagnóstico e Avaliação Inicial de Cetoacidose Diabética Com Base na Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes 2023

    23 de outubro de 2024

    3 minutos de leitura

    Racional:

    • A cetoacidose diabética (CAD) é uma complicação aguda grave do diabetes, caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica e cetose. Embora seja mais comum no diabetes tipo 1, também pode ocorrer no tipo 2. O diagnóstico precoce é essencial devido à rápida evolução da cetoacidose diabética, que pode levar a complicações graves, como insuficiência renal, arritmias, coma e alta mortalidade. 

    • O guideline da Sociedade Brasileira de Diabetes tem como objetivo padronizar a identificação, o diagnóstico e o tratamento da CAD com base em evidências científicas, garantindo cuidados de qualidade. Neste texto, abordaremos o diagnóstico e a avaliação inicial do paciente com cetoacidose diabética.

    • A classificação das recomendações foi feita da seguinte forma: recomendação forte (Classe I e IIa) para intervenções eficazes e baseadas em evidências de alta qualidade; recomendação condicional (Classe IIb) para intervenções com eficácia menos estabelecida; e recomendação contra (Classe III) para intervenções consideradas ineficazes ou prejudiciais.

    Recomendações:

    Critérios de Diagnóstico (Recomendação forte):

    • Glicemia: acima de 200 mg/dL

    • Acidose metabólica: pH venoso < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/L

    • Presença de cetose: cetonemia ≥ 3 mmol/L
      Cetonúria ≥ 2+ nas tiras reagentes pode ser considerada (recomendação condicional).

    Diagnóstico Diferencial:

    • Cetoacidose alcoólica

    • Cetose de jejum

    • Acidose com ânion gap elevado:

      • Acidose lática (metformina)

      • Toxicidade por aspirina

      • Toxicidade por acetaminofeno (paracetamol)

      • Envenenamento por metanol ou etilenoglicol

    Quadro Clínico:

    A cetoacidose diabética (CAD) geralmente se inicia com os seguintes sinais e sintomas:

    • Náuseas e vômitos

    • Dor abdominal difusa

    • Poliúria e polidipsia

    • Perda de peso

    • Desidratação

    • Fraqueza e fadiga

    • Taquicardia

    • Taquipneia, Respiração de Kussmaul

    • Letargia e coma

    Além de tratar a CAD, é fundamental abordar a causa subjacente. A seguir, estão alguns fatores precipitantes que podem desencadear a condição:

    • Infecções (pneumonia, infecção do trato urinário, COVID-19)

    • Descontinuação voluntária da insulina (em jovens com DM1)

    • Mau funcionamento de dispositivos de infusão contínua de insulina

    • Abuso de álcool e cocaína

    • Trauma

    • Embolia pulmonar

    • Infarto agudo do miocárdio

    • Medicamentos: glicocorticoides, diuréticos tiazídicos em altas doses, simpaticomiméticos (dobutamina, terbutalina), antipsicóticos de segunda geração (clozapina, olanzapina, risperidona, quetiapina) e inibidores de checkpoint

    • Problemas psicológicos associados a transtornos alimentares

    • Gestação

    Nota: A conscientização e educação contínua são essenciais para prevenir futuros episódios de cetoacidose e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com diabetes.

    Critérios de Gravidade: 

    A gravidade da CAD é classificada com base no pH venoso:

    • Leve: pH entre 7,2 e 7,3

    • Moderada: pH entre 7,1 e 7,2

    • Grave: pH < 7,1

    Outras características indicativas de CAD grave:

    • Cetonemia > 6 mmol/L

    • Bicarbonato < 5 mmol/L

    • pH venoso/arterial < 7,1

    • Hipocalemia na admissão (K < 3,5 mmol/L)

    • Escala de Glasgow < 12

    • Saturação de O2 < 92% em ar ambiente

    • Pressão arterial sistólica < 90 mmHg

    • Frequência cardíaca < 60 ou > 100 bpm

    • Ânion gap > 16

    Complicações Comuns na CAD Grave:

    A classificação da CAD como grave chama a atenção para a maior possibilidade de ocorrência de complicações nesses casos, sendo as mais frequentes:

    • Hipoglicemia associada ao uso inadequado de insulina

    • Hipopotassemia

    • Hiperglicemia por interrupção precoce da infusão intravenosa sem início da insulina subcutânea

    • Hipoxemia

    • Edema agudo de pulmão

    • Edema cerebral

    • Hipercloremia por infusão excessiva de fluidos

    • Doenças infecciosas agudas (mucormicose rinocerebral)

    • Insuficiência renal aguda

    • Rabdomiólise

    • Fenômenos tromboembólicos

    Causas Comuns de Morte por CAD: 

    • Edema cerebral

    • Hipopotassemia

    • Hipofosfatemia

    • Hipoglicemia

    • Trombose venosa

    • Mucormicose

    • Rabdomiólise

    • Pancreatite aguda


    Autor do conteúdo

    Andressa Leitao


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-faco-o-diagnostico-e-avaliacao-inicial-de-cetoacidose-diabetica-com-base-na-diretriz-da-sociedade-brasileira-de-diabetes-2023


    Compartilhe

    Portal de Conteúdos MEDCode

    Home

    Copyright © 2024 Portal de Conteúdos MEDCode. Todos os direitos reservados.