Como Eu Faço a Prevenção de Infecção Associada a Cateteres Venosos Periféricos Com Base na Diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2024
14 de agosto de 2024
2 minutos de leitura
As infecções de corrente sanguínea associadas a cateter (ICS) são comuns no ambiente hospitalar, além de relacionadas a piores desfechos e aumento de custos. Contudo, têm alto potencial de prevenção com cuidados adequados.
Embora o risco de ICS seja menor com acessos venosos periféricos (AVPs), se comparados a acessos centrais (CVCs), AVPs são usados em até 70% das internações, tornando as medidas preventivas fundamentais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou novas diretrizes para a prevenção de ICS relacionadas a AVPs, utilizando perguntas-chave (metodologia PICO), revisão sistemática da literatura e recomendações baseadas na abordagem GRADE. No entanto, a maioria das recomendações são baseadas em boas práticas, sem alto nível de certeza na evidência, destacando a necessidade de mais pesquisas.
Educação e treinamento
Todos os profissionais de saúde que lidam com acessos venosos periféricos recebam treinamento regular sobre os cuidados para inserção, manutenção e remoção de AVPs, além de serem avaliados de forma regular quanto ao seu conhecimento sobre o tema.
Higiene das mãos
Todos os profissionais da saúde devem realizar a higiene das mãos antes da inserção, manipulação ou remoção de AVPs.
A higiene das mãos pode ser realizada com fricção com solução alcoólica (sendo necessário esperar as mãos secarem) ou com água corrente e sabão (sendo usadas toalhas limpas ou descartáveis para secar as mãos).
Cuidados na inserção
Todo acesso venoso periférico deve ser inserido com técnica asséptica (higiene das mãos, abertura do material com cuidado para evitar contaminação, uso de luvas descartáveis, antissepsia da pele, inserção do acesso tomando cuidado para não tocar em regiões que não foram limpas, fixação do acesso e lavagem com solução salina estéril).
A desinfecção da pele pode ser realizada tanto com produtos a base de clorexidina como outras soluções alcoólicas (ex.: PVPI).
Para a inserção de AVPs, o uso de luvas descartáveis é suficiente, desde que todos os demais cuidados (higiene das mãos, desinfecção da pele e uso de materiais estéreis) sejam realizados.
AVPs devem ser inseridos preferencialmente nos membros superiores, em relação aos membros inferiores, e, em geral, em sítios distais à fossa antecubital.
Manutenção
Todo acesso venoso deve ser manejado com um protocolo de troca rotineira de curativos, usando curativos estéreis. Além disso, também se sugere a adoção de protocolos de troca rotineira de equipos (a cada 5 a 7 dias).
Tanto o uso de sistemas fechados (ex.: conector valvulado) quanto o uso de sistemas abertos é adequado, uma vez que o benefício dos sistemas fechados parece ser marginal e seu custo é elevado.
Apesar de não haver menção na diretriz, é importante ressaltar a necessidade de higienizar a conexão do acesso antes de realizar qualquer medicação, a qual pode ser realizada com gaze ou swab embebidos em álcool, através da fricção da conexão por 5 a 10 segundos antes de conectar a medicação.
Remoção
AVPs devem ser inspecionados diariamente quanto à sinais de infecção ou inflamação, visando a remoção do acesso.
A diretriz também sugere que tanto um protocolo de troca regular do AVP (a cada 72h a 96h), como também troca indicada clinicamente parecem ser igualmente eficazes.
Autor do conteúdo
Luis Júnior
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-faco-a-prevencao-de-infeccao-associada-a-cateteres-venosos-perifericos-com-base-na-diretriz-da-organizacao-mundial-da-saude-oms-2024
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