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    Como Eu Diagnostico e Trato Hipertensão Arterial Sistêmica Com Base na Diretriz ESC 2024 Para Manejo de Pressão Arterial Elevada e Hipertensão

    13 de novembro de 2024

    4 minutos de leitura

    Racional:

    • Este documento objetiva atualizar o Guideline ESC de 2018 para o manejo de hipertensão arterial, uma doença prevalente e importante fator de risco modificável para morbidade e mortalidade cardiovascular e por todas as causas, através da incorporação de novas recomendações, baseadas em evidências atuais.

    • Esta diretriz baseia suas recomendações de acordo com o método LoE (Class of Recommendation and Level of Evidence), onde existem 4 classes de recomendação (Classe I: recomendação forte; Classe IIa: deve ser considerada; Classe IIb: pode ser considerada e Classe III: não recomendada) e 3 níveis de evidência (Nível A: informações derivadas de múltiplos estudos randomizados ou metanálises de elevada qualidade; Nível B: informações de um único estudo randomizado ou grandes estudos não randomizados e Classe C: consenso de opiniões de especialistas e/ou estudos pequenos, observacionais ou retrospectivos).

    Recomendações:

    • Critérios de Diagnóstico 

      • Baseia-se em medidas persistentemente elevadas da pressão arterial (PA), em ambiente de consultório e domiciliar - recomendação forte

      • Recomendado que PA seja categorizada como não-elevada, elevada e hipertensão arterial, para fins de decisão de tratamento – recomendação forte

    Interface gráfica do usuárioDescrição gerada automaticamente

    SBP=pressão arterial sistólica; DBP= pressão arterial diastólica; BP= pressão arterial; HBPM=medida de pressão domiciliar; ABPM=medida de pressão ambulatorial

    Retirado do Guideline para Manejo de Pressão Arterial Elevada e Hipertensão – ESC 2024 

    • Adultos (idade ≥ 18 anos) devem ter medidas de PA intra e/ou extra centro de saúde, para determinação de valores de pressão – recomendação forte

    • Rastreio para PA elevada e hipertensão deve ser considerado, pelo menos, a cada 3 anos em adultos com < 40 anos e anualmente para ≥ 40 anos.

    • Medidas de PA em centros de saúde devem ser realizadas em ambos os braços, ao menos na primeira visita, pois uma diferença > 10mmHg entre os braços é associada elevado risco cardiovascular e pode indicar estenose arterial – recomendação forte

    • Medidas de PA fora do consultório são recomendadas para detecção de hipertensão do avental branco e hipertensão mascarada – recomendação forte.

    • PA elevada em consultório + risco cardiovascular elevado ou hipertensão (140 – 179mmHg / 90 – 109mmHg): confirmar valor de PA com medida domiciliar ou ambulatorial – recomendação forte.

    • Valores de PA ≥ 180/110mmHg – avaliação para emergência hipertensiva – recomendação forte.

    • Estratificação de Risco Cardiovascular:

    • Em PA classificada como elevada: recomenda-se cálculo de risco para tratamento pressórico; indivíduos com doença renal crônica (DRC) moderada ou grave, doença cardiovascular (DCV) estabelecida, diabetes (DM) ou hipercolesterolemia familiar são considerados alto risco – recomendação forte

    • SCORE2: recomendado para avaliação de risco de DCV fatais e não fatais em 10 anos, de pacientes entre 40 – 69 anos com PA elevada e que não são alto risco – recomendação forte

    • SCORE2-OP: mesma função do SCORE2, mas para pacientes com idade ≥ 70 anos – recomendação forte.

    • Para estratificação, devem ser considerados, os modificadores de risco sexo-específicos (pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional, parto prematuro, aborto recorrente) ou compartilhados (HIV, doenças autoimunes inflamatórias e doença mental grave).

    • Plano de Manejo 

    • Recomenda-se treino aeróbico (pelo menos 150 minutos/semana de atividade moderada ou 75 minutos/semana de atividade vigorosa) associado a exercício dinâmico ou isométrico de resistência (2 – 3 vezes/ semana) – recomendação forte.

    • PA elevada + DCV estabelecida, DRC moderada a grave, lesões de órgão alvo (hipertrofia miocárdica, disfunção diastólica em ecocardiograma), DM ou hipercolesterolemia familiar: mudança de estilo de vida, tratamento medicamentoso para PA ≥ 130 x 80 mmHg: alvo de PA sistólica entre 120 – 129 mmHg (recomendação forte) e diastólica entre 70 – 79mmHg (pode ser considerado)

    • PA elevada e sem os critérios acima: calcular SCORE2 ou SCORE2-OP:

    - Se ≥ 10%: mudança de estilo de vida, tratamento medicamentoso para PA ≥ 130 x 80 mmHg: alvo de PA sistólica entre 120 – 129 mmHg (recomendação forte) e diastólica entre 70 – 79mmHg (pode ser considerado).

    - Se entre 5 - < 10%: modificadores de risco sexo-específicos ou compartilhados devem ser considerados e ferramentas de risco (escore de cálcio coronariano, placa carotídea, velocidade de onda de pulso) podem ser considerados. Se estes estiverem alterados: 🡪 mudança de estilo de vida, tratamento medicamentoso para PA ≥ 130 x 80 mmHg: alvo de PA sistólica entre 120 – 129 mmHg (recomendação forte) e diastólica entre 70 – 79mmHg (pode ser considerado).

    • Em PA classificada como hipertensão: se idade > 40 anos + ausência de sinais de hipertensão resistente: mudança de estilo de vida, tratamento medicamentoso para PA ≥ 130 x 80 mmHg: alvo de PA sistólica entre 120 – 129 mmHg (recomendação forte) e diastólica entre 70 – 79mmHg (pode ser considerado)

    • Medicações de escolha: Associação (2 drogas) em baixa dose: inibidores da ECA ou bloqueadores dos receptores da angiotensina II + bloqueadores dos canais de cálcio ou tiazídicos – recomendação forte

    • Sem controle pressórico em 1 a 3 meses: Associação (3 drogas) em baixa dose: inibidores da ECA ou bloqueadores dos receptores da angiotensina II + bloqueadores dos canais de cálcio e tiazídicos – recomendação forte

    • Sem controle com associação de 3 drogas em baixa dose: otimização da terapia tripla em máxima dose tolerada – recomendação forte. Se, ainda assim, não houver controle pressórico: deve-se considerar referência à clínica de hipertensão, teste para aderência ou adicionar espironolactona.

    • Em qualquer um dos passos acima: adicionar beta-bloqueadores somente se outras indicações (angina, pós-infarto do miocárdio, controle de frequência cardíaca) – recomendação forte

    • Manejo de Situações Especiais 

      • Monoterapia medicamentosa é preferível em pacientes com PA elevada, ≥ 85 anos, hipotensão ortostática sintomática, fragilidade moderada a grave – recomendação forte.

      • Em evento neurológico agudo com indicação de trombólise intravenosa: PA deve ser reduzida cuidadosamente e mantida < 180 x 105mmHg por pelo menos 24h após tratamento – deve ser considerado

      • Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia associada a edema pulmonar: recomendada nitroglicerina intravenosa – recomendação forte.

    • Critérios de Resolução 

      • PA sistólica entre 120 – 129 mmHg (recomendação forte)

      • PA diastólica entre 70 – 79mmHg (pode ser considerado)

    • Transição de Tratamento 

    Após o controle pressórico e estabilidade de terapia medicamentosa o seguimento, pelo menos, anual da PA e de outros fatores de risco cardiovasculares devem ser considerados.


    Autor do conteúdo

    Carolina Ferrari


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-diagnostico-e-trato-hipertensao-arterial-sistemica-com-base-na-diretriz-esc-2024-para-manejo-de-pressao-arterial-elevada-e-hipertensao


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