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    Como Eu Acompanho Diabetes Tipo 1 em Fase Pré-Clínica

    03 de julho de 2024

    4 minutos de leitura

    Racional 

    • O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela presença de autoanticorpos. A detecção precoce desses anticorpos pode ocorrer muito antes do aparecimento da hiperglicemia e o DM1 é classificado em três fases:

      • Fase 1: presença de dois ou mais anticorpos sem anormalidades glicêmicas.

      • Fase 2: anticorpos positivos com disglicemia leve.

      • Fase 3: hiperglicemia sintomática com critérios diagnósticos para DM.

    • O rastreamento do DM1 em fases pré-clínicas visa reduzir o risco de cetoacidose diabética ao diagnóstico e educar as famílias sobre o DM. As estratégias ideais de rastreamento ainda não estão bem definidas. Este consenso apresenta recomendações para o manejo de indivíduos com DM1 pré-clínico ou com apenas um anticorpo positivo.

    Recomendações

    1. Recomendações gerais (todas as faixas etárias)

    • Se houver Ac positivo, o teste deve ser repetido para confirmação (de preferência por outro método certificado por padrões internacionais). A mudança de status de um anticorpo positivo para múltiplos Acs positivos (2 ou mais) também deve ser confirmada.

    • Pessoas com um ou mais Acs positivos persistentemente positivos devem receber educação em diabetes, para reconhecimento de sinais e sintomas de hiperglicemia e de cetoacidose diabética.

    • Suporte psicológico para famílias é essencial, caso DM1 pré-clínico seja detectado.

    • Participação em estudos clínicos de intervenção devem ser oferecidas a indivíduos com Acs positivos sem critérios para diagnóstico de DM, quando estiverem disponíveis.

    • Caracterização de DM1 fase 2: indica fase 2 a presença de duas ou mais das seguintes alterações ou a mesma alteração em dois momentos diferentes em um prazo de 12 meses:

    • Glicemia de jejum de 100 a 125 mg/dL

    • Glicemia 2 horas após TTGO de 140 a 199 mg/dL

    • Glicemia ≥ 200 mg/dL em 30, 60 e/ou 90 minutos (contexto de pesquisa)

    • HbA1c de 5,7-6,4%

    • Monitorização contínua de glicose com glicose > 140 mg/dL por > 10% do tempo em pelo menos 10 dias contínuos, confirmado por outro parâmetro adicional.

    1. Recomendações para crianças

    Para todas as faixas etárias

    • Educação em cuidados com diabetes e identificação de cetoacidose diabética.

    • Medir glicemia capilar durante doenças intercorrentes.

    • Medir glicemia capilar em 2 dias diferentes durante período de 2 semanas. Repetir a cada 1-3 meses.

    • Monitorar peso e crescimento.

    < 3 anos de idade

    • Avaliação de 6/6 meses por 3 anos e anualmente por mais 3 anos com:

      • Dosagem de Acs

      • Glicose venosa ou capilar randômica*

      • HbA1c

    • Avaliação metabólica cada 3 meses

    • Avaliação metabólica a cada 3 meses

    • Referenciar para terapia imunomoduladora, nos países em que esta é disponível

    3-9 anos de idade

    • Avaliação anual por 3 anos com:

      • Dosagem de Acs

      • Glicose venosa ou capilar randômica*

      • HbA1c

    • Avaliação metabólica a cada 6 meses

    > 9 e < 18 anos de idade

    • Avaliação anual por 3 anos com:

      • Dosagem de Acs

      • Glicose venosa ou capilar randômica*

      • HbA1c

    • Avaliação metabólica anual

    *em qualquer horário do dia
    **de preferência “cego”, isto é, sem que o paciente visualize.

    Avaliação metabólica em crianças

    • HbA1c + glicose venosa ou capilar randômica

    • Se disponível, monitorização contínua de glicose (CGM) por 10-14 dias**

    • TTGO é o padrão ouro para classificar DM1 em fases, mas quando não for possível realizar esse teste, uma glicemia capilar 2 horas após uma refeição rica em carboidratos pode ser usada como substituto.

    1. Recomendações para adultos

    Um anticorpo persistente positivo

    • Com fatores de risco (parente de primeiro grau com DM1, alto risco genético caso teste genético tenha sido realizado, disglicemia ou história de hiperglicemia em período de stress): monitoramento metabólico anual.

    • Sem fatores de risco: monitoramento metabólico a cada 3 anos.

    • Se reversão da positividade do anticorpo: seguir recomendações para a população geral.

    Fase 1

    • Educação sobre diabetes e cetoacidose diabética.

    • Medir glicemias capilares durante doenças ou sintomas.

    • HbA1c anual, podendo ser bienal após 5 anos de normalidade.

    Fase 2

    • Educação em diabetes quanto a sintomas da doença e identificação de cetoacidose diabética.

    • Medir glicemias capilares em momentos de doenças intercorrentes ou na presença de sintomas.

    • HbA1c a cada 6 meses associado a um destes:

      • Monitorização contínua de glicose (CGM) “cego”

      • Maior frequência de monitorização de glicemia capilar

      • TTGO-2h.

    • Um aumento de 10% na HbA1c pode indicar disglicemia e progressão da doença. Neste caso, está indicado realizar TTGO-2h.

    • Dosagem de peptídeo C deve ser considerada.

    1. Recomendações para Gestantes

    • Gestantes sem diagnóstico de DM com um ou mais anticorpos positivos devem realizar TTGO, HbA1c ou colocar CGM logo após a confirmação da gestação (até 8 semanas).

    • Caso DM1 não seja confirmado até 24-28 semanas de gestação nessas mulheres, TTGO deve ser realizado nesta ocasião, como rotina na gestação.

    • Avaliação metabólica no pós-parto imediato e ao longo de 6 a 12 meses, para determinar se há necessidade de insulina.

    Outras recomendações

    • Peptídeo C pode ser útil para diagnóstico diferencial com DM2, embora possa ter resultados falsamente baixos se houver hipoglicemia ou hiperglicemia significativa.


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/como-eu-acompanho-diabetes-tipo-1-em-fase-pre-clinica


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