Qual o contexto?

A colchicina em baixa dose (0,5 mg diários) foi recentemente aprovada pelo FDA para prevenção secundária em pacientes com doença coronariana (DAC). A colchicina é tradicionalmente usada em condições como gota e pericardite, onde doses mais altas são frequentemente associadas a efeitos colaterais significativos. Um estudo revisou dados contemporâneos de revisões sistemáticas, registros de medicamentos e ensaios controlados por placebo para informar sobre os riscos absolutos do uso contínuo de colchicina em baixa dose.

Como o estudo foi feito?

A análise incluiu pacientes sem comprometimento renal ou hepático significativo. A segurança foi avaliada em termos de função renal, função hepática, toxicidade hematológica, miotoxicidade e interações medicamentosas. Os dados indicam que o uso contínuo de colchicina em baixa dose é bem tolerado e muito seguro na maioria dos pacientes. Não há aumento nos riscos de infecção grave ou mortalidade específica. Relatos raros de mielossupressão, miotoxicidade e interações medicamentosas graves, mesmo em pacientes que tomam estatinas. 

Qual o impacto na prática?

Este estudo sugere que a colchicina em baixa dose pode ser usada com segurança em pacientes com aterosclerose para reduzir o risco cardiovascular, desde que não haja comprometimento renal ou hepático significativo.  A colchicina em baixa dose não deve ser usada em pacientes com taxa de filtração glomerular estimada <45 mL/min/1,73 m², citopenia, disfunção hepática avançada, CPK ou ALT >3 vezes o limite superior do normal. Também deve ser suspensa temporariamente durante tratamentos de curto prazo com claritromicina, cetoconazol, fluconazol, ciclosporina ou ritonavir.