CBR 2024 - Vasculites Que Não Podem ser Esquecidas
21 de setembro de 2024
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As vasculites são doenças inflamatórias raras que afetam vasos sanguíneos de diferentes calibres. A vasculite crioglobulinêmica (VC) é uma vasculite de pequenos vasos mediada por imunocomplexos, com acometimento principalmente de pele, rins e nervos periféricos. A infecção pelo vírus da hepatite C é uma das principais causas, mas o uso de antivirais tem reduzido essa associação. A vasculite urticariforme hipocomplementêmica (HUVS) é outra forma rara, marcada por urticária persistente e baixos níveis de complemento. Já a vasculite induzida por drogas (VID) afeta comumente vasos pequenos e médios, atualmente com descrição de centenas de drogas associadas, com destaque para a hidralazina e os inibidores de checkpoint. Diante do exposto, as vasculites foram tema de mesa redonda durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024.
A mesa redonda abordou o papel dos linfócitos B de memória na fisiopatologia da vasculite crioglobulinêmica (VC), destacando a classificação em tipos I, II e III, conforme o tipo de crioglobulina, o que orienta o tratamento e prognóstico. Antivirais são essenciais em casos relacionados a hepatite B e C, mas em casos graves é necessário o uso de imunossupressores como corticoides e rituximabe (RTX). A síndrome de urticária vasculite hipocomplementêmica (HUVS) difere da urticária espontânea pelas lesões prolongadas, dor e refratariedade a anti-histamínicos. Em casos leves, são usados medicamentos como hidroxicloroquina e colchicina, e em graves, RTX e imunobiológicos. Na vasculite induzida por drogas (VID), fatores como ativação neutrofílica e imunocomplexos estão envolvidos. A suspensão da droga culpada é a principal intervenção.
A detecção precoce e a identificação da causa subjacente são cruciais no manejo das vasculites, permitindo tratamento direcionado e melhor prognóstico. Na VC, o uso de antivirais pode ser curativo nos casos associados a hepatite C, enquanto imunossupressores são indicados para casos mais graves. Na HUVS, a biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico, e o manejo inclui terapias imunomoduladoras dependendo da gravidade. Em VID, a descontinuação do agente causador geralmente resolve o quadro, mas casos graves podem necessitar de corticoides e imunossupressores.
Texto elaborado pelo Dr. Lucas Andrade - Reumatologia USP-SP
Autor do conteúdo
Equipe DocToDoc
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/cbr-2024-vasculites-que-nao-podem-ser-esquecidas
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