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    CBR 2024 - Tratamentos Não Convencionais na Osteoartrite

    02 de outubro de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto?

    O avanço da ciência tem impulsionado a exploração de terapias não convencionais para o manejo da OA. Essas opções terapêuticas emergentes ainda não estão incluídas nas diretrizes padrão e possuem níveis de evidência que variam de fracos a promissores, com pouco uso na prática clínica atual.

    Resumo da Palestra:

    Na palestra, o Prof. Murilo Dório abordou uma série de tratamentos não convencionais que estão sendo estudados para o manejo da osteoartrite, incluindo semaglutida, bloqueio de nervos geniculares, ablação por radiofrequência, embolização arterial, ortobiológicos, cannabis, neuromodulação e ondas de choque. Embora essas opções ainda estejam fora dos guidelines e não sejam amplamente utilizadas na prática clínica, algumas têm mostrado resultados promissores em estudos emergentes.

    • Semaglutida: no estudo STEP 9, com 407 participantes, a semaglutida 2,4 mg resultou em uma redução significativa no peso corporal e na dor, medida pela escala WOMAC, após 68 semanas. Esse achado sugere uma possível redução do risco de OA em pacientes obesos, com uma diminuição de 16% no risco de desenvolvimento de OA nesses indivíduos.

    • Bloqueio de nervo genicular: um estudo com 59 pacientes demonstrou alívio da dor em osteoartrite de joelho por até 12 semanas após o bloqueio com betametasona versus solução salina, embora o efeito tenha sido modesto e diminuído com o tempo.

    • Embolização arterial genicular (GAE): em um estudo multicêntrico randomizado, 14 pacientes submetidos à GAE apresentaram melhora significativa nos escores de dor (VAS) e funcionalidade (WOMAC) nas primeiras semanas, com manutenção dos resultados após um ano, sugerindo que essa técnica pode ser uma opção eficaz para o manejo da dor na OA.

    • Ortobiológicos: um estudo com 75 pacientes concluiu que o uso de tecido adiposo microfragmentado proporcionou alívio da dor e melhora funcional em comparação com injeções de corticóides em pacientes com OA sintomática.

    • Cannabis medicinal: embora um estudo com 86 participantes não tenha encontrado diferença significativa na dor após o uso de CBD combinado com paracetamol comparado ao placebo, revisões sugerem que medicamentos à base de cannabis podem reduzir o consumo de opioides, embora mais estudos sejam necessários para validar sua eficácia a longo prazo.

    • Estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS): essa técnica de neuromodulação tem mostrado benefícios no alívio da dor e na melhora da funcionalidade em estudos comparando tDCS ativa com simulação (sham), com potencial para promover neuroplasticidade e controle da dor crônica em OA.

    • Terapia por ondas de choque extracorpóreas (TOCE): avaliada em dois estudos com pacientes com OA de joelho, essa terapia demonstrou melhora significativa na dor e na funcionalidade. Em um estudo com 104 participantes, a combinação de TOCE e TENS uma vez por semana por três meses produziu resultados positivos em relação ao grupo controle.

    Qual o Impacto na Prática?

    O conhecimento dessas novas terapias oferece aos médicos uma perspectiva ampliada do arsenal terapêutico para a osteoartrite, proporcionando alternativas para além dos tratamentos convencionais, especialmente em casos refratários. No entanto, ainda são necessários mais estudos de alta qualidade para estabelecer a segurança e eficácia dessas opções no manejo da OA. Até que mais evidências robustas estejam disponíveis, a implementação dessas terapias deve ser cuidadosa e individualizada, considerando os riscos e benefícios para cada paciente.


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/cbr-2024-tratamentos-nao-convencionais-na-osteoartrite


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