CBR 2024 - Como Diferenciar a Artrite Psoriásica Axial da Espondilite Anquilosante?
24 de setembro de 2024
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Ainda há controvérsia sobre a melhor forma de diferenciar espondiloartrite axial (EA) da artrite psoriásica axial (AxPsA). Compreender melhor os processos patológicos subjacentes a essas doenças é crucial para diagnósticos mais precisos e para a escolha de estratégias terapêuticas mais eficazes. Diante do exposto, esse tema foi abordado pelo Dr. Dennis McGonagle no Congresso Brasileiro de Reumatologia de 2024.
O palestrante inicia explicando que A espondilite anquilosante é caracterizada por inflamação óssea, particularmente na medula óssea vertebral e no osso trabecular, frequentemente associada ao HLA-B27. A inflamação óssea costuma ser bem visível em exames de ressonância magnética, com edema ósseo marcante. Por outro lado, a artrite psoriásica axial relaciona-se pouco com edema ósseo e mais com inflamação de tecidos moles, concentrando-se nos ligamentos e ênteses. Há relação menos pronunciada ao HLA-B27. A inflamação nesses locais é mais difícil de detectar em exames de imagem convencionais, já que essas as ênteses são estruturas pequenas e avasculares. Isso pode atrasar o diagnóstico ou levar a diagnósticos equivocados. Os achados inflamatórios na AxPsA muitas vezes não são captados por ressonância magnética. As diferenças anatômicas indicam processos patológicos distintos entre as doenças. Na EA, a inflamação óssea está associada à presença de células mieloides produtoras de IL-23. Já na AxPsA, a inflamação nos tecidos moles parece seguir uma via imunológica diferente, não mediada por IL-23. O Dr. McGonagle ressalta que isso tem implicações diretas no tratamento: inibidores de IL-23, que são eficazes na artrite psoriásica periférica, não possuem eficácia comprovada na EA.
Na prática, compreender as diferenças entre EA e AxPsA é essencial para orientar futuros ensaios clínicos e aprimorar os tratamentos. Embora já existam dados claros que evidenciam as distinções entre o acometimento ósseo da EA e o envolvimento predominante de tecidos moles na AxPsA, ainda não há uma definição formal sobre quais medidas específicas relacionadas ao acometimento dos tecidos moles podem ser usadas no diagnóstico e tratamento da artrite psoriásica axial. Portanto, mais estudos são necessários para estabelecer critérios precisos que possam guiar a prática clínica e o desenvolvimento de terapias mais eficazes.
Texto elaborado pelo Dr. Rafael Bassara - Reumatologia USP-SP
Autor do conteúdo
Equipe DocToDoc
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/cbr-2024-como-diferenciar-a-artrite-psoriasica-axial-da-espondilite-anquilosante
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