CBR 2024 - Combinação de Biológicos no Manejo da Artrite Psoriásica Refratária
02 de outubro de 2024
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O cenário terapêutico das doenças autoimunes, especialmente da artrite psoriásica (AP), tem passado por grandes transformações desde o advento das terapias biológicas. À medida que o arsenal terapêutico se expande, a combinação de diferentes biológicos surge como uma abordagem inovadora e promissora. A combinação de biológicos pode ser considerada, principalmente, quando há necessidade de potencializar a resposta em casos complexos, como quadros articulares resistentes, ou quando é necessário tratar simultaneamente manifestações cutâneas e articulares.
Pacientes com AP refratária representam um desafio clínico considerável, pois uma parcela significativa não alcança uma resposta satisfatória com a monoterapia. Estudos sugerem que apenas um terço dos pacientes atingem a Mínima Atividade da Doença (MDA) com tratamentos convencionais. Neste cenário, a combinação de biológicos surge como uma alternativa promissora para pacientes com resistência intrínseca aos medicamentos.
Evidências preliminares indicam que certas combinações, como iTNF + iIL-17, iTNF + iIL-12/23 e iTNF + iIL-23, apresentam segurança e eficácia. Entre as combinações mais estudadas está o Ustekinumabe (iIL-12/23) + iTNF. No entanto, ainda há escassez de evidências robustas, pois a maioria dos dados disponíveis provém de séries de casos.
Uma série de casos de Nova York (2024) mostrou resultados promissores com a combinação de inibidores de interleucinas e inibidores de JAK, com melhora clínica significativa e poucos efeitos adversos. No Brasil, a experiência do HCFMUSP também relatou respostas positivas com a combinação de Secuquinumabe e Tofacitinibe em pacientes refratários. Além disso, um estudo de fase 2 em andamento está comparando o uso isolado de Guselkumabe com a combinação de Guselkumabe + Golimumabe em pacientes que não responderam a anti-TNF.
A combinação de biológicos representa um avanço importante no manejo da AP refratária, oferecendo novas opções para o controle da doença. No entanto, são necessários mais ensaios clínicos randomizados (ECRs) para confirmar a eficácia e segurança dessas combinações. A individualização do tratamento e o monitoramento cuidadoso dos efeitos adversos são essenciais. Apesar dos avanços, ainda há lacunas no conhecimento sobre algumas combinações, como Abatacepte e inibidores de JAK. Outro desafio significativo é o acesso a esses tratamentos, considerando os altos custos, as restrições de cobertura por planos de saúde e as limitações dos sistemas públicos de saúde para fornecer terapias combinadas, que representam barreiras substanciais para a implementação dessa abordagem.
Autor do conteúdo
Equipe DocToDoc
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Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/cbr-2024-combinacao-de-biologicos-no-manejo-da-artrite-psoriasica-refrataria
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