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    CBN 2024 - Novos Marcadores em Nefropatia Membranosa

    30 de setembro de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto?

    A Nefropatia Membranosa (NM) é a principal causa de síndrome nefrótica em adultos, com pico de incidência entre 50 e 60 anos. Essa condição pode ser classificada em primária (responsável por 70% dos casos e sem associação com outras doenças) e secundária (30% dos casos), associada a doenças autoimunes, infecções, neoplasias e medicamentos. O diagnóstico é tradicionalmente realizado por meio de biópsia renal, mas novos marcadores vêm emergindo, permitindo uma melhor diferenciação entre as formas primária e secundária, além de auxiliar no diagnóstico de pacientes adultos com síndrome nefrótica de início recente.

    Resumo do Tema:

    A investigação de novos marcadores na NM ganhou destaque com o estudo MENTOR, realizado em 2017, quando os casos confirmados por biópsia foram divididos em PLA2R positivos e PLA2R negativos. Observou-se que os casos PLA2R negativos formavam um grupo clinicamente heterogêneo, o que motivou a análise de imunocomplexos presentes nos glomérulos por meio de técnicas de microdissecção. Desde então, diversos novos marcadores têm sido identificados, sendo eles:

    • PLA2R (receptor da fosfolipase A2): marcador predominante na NM primária, presente em cerca de 70% dos casos.

    • THSD7A (trombospondina tipo 1 domínio): associada tanto à NM primária (5-10% dos casos) quanto a neoplasias.

    • EXT1/EXT2 (exostosina 1 e 2): relacionadas a doenças autoimunes, especialmente nefrite lúpica, com melhor prognóstico.

    • NELL1: pode estar associada a causas primárias ou secundárias, incluindo neoplasias, medicamentos, sarcoidose e doenças autoimunes.

    • PCHD7: marcador encontrado em pacientes mais idosos, associado a maior probabilidade de remissão espontânea com tratamento conservador.

    • SEMA3B: observada em pacientes pediátricos, associada a recidiva frequente, inclusive em transplante renal.

    • NCAM1: associada a doenças autoimunes.

    • FAT1: relacionada a NM de novo em pacientes que receberam transplante de células-tronco hematopoiéticas, sendo a principal causa de proteinúria na doença do enxerto contra o hospedeiro (GVHD).

    • CNTN1: associada à NM relacionada a polineuropatias desmielinizantes.

    • NDNF: associada à NM secundária à sífilis.

    • PCSK6: relacionada à NM secundária ao uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

    • NTNG1/HTRA1: marcadores relacionados à NM primária.

    Qual o Impacto na Prática?

    A identificação de novos marcadores na Nefropatia Membranosa oferece um avanço significativo no diagnóstico e na determinação da etiologia da doença, facilitando abordagens terapêuticas mais personalizadas. Entretanto, ainda são necessários estudos adicionais para validar esses marcadores de forma mais ampla e determinar seu papel na substituição da biópsia renal como método diagnóstico definitivo.

    Texto elaborado por: Isis Izzo (equipe Nefronews)


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/cbn-2024-novos-marcadores-em-nefropatia-membranosa


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