Qual o Contexto?

Cerca de 50% dos pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) apresentam lesão renal com taxa de filtração glomerular ≤ 60ml/min, o que aumenta o risco de mortalidade destes pacientes. Esta condição, chamada síndrome cardiorrenal representa um importante desafio terapêutico para o cardiologista. Por isso, foi discutido este tema, no Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia pelo Dr. Denílson Albuquerque.

Resumo da Palestra:

Durante a palestra, Dr. Denilson pontuou que o tratamento da congestão é fundamental para pacientes com ICFER, visto que a presença de congestão também é um critério prognóstico destes pacientes: quanto maior congestão, piores desfechos. Quando se inicia o tratamento do paciente com ICFER, pode ocorrer uma piora inicial de função renal. No entanto, não é recomendada suspensão precoce e imediata de medicações como inibidores do SGLT2 ou inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona, dado o benefício destas classes medicamentosas no perfil de pacientes estudado. De acordo com o palestrante, deve-se suspender as medicações inibidoras do sistema renina angiotensina aldosterona apenas se creatinina > 3 ou potássio ≥ 6.

Qual o Impacto na Prática?

A palestra apresenta reforça que em pacientes com ICFER deve-se evitar a suspensão precoce e imediata de medicações, como inibidores do SGLT2 ou inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona, pois tais classes melhoram morbidade e mortalidade dos pacientes. Em contrapartida, é importante acompanhar os pacientes e monitorizar função renal, em vistas de avaliar se valores de creatinina e/ou potássio alcançaram valores indicativos para suspensão de inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona