Qual o Contexto?

Sabe-se que a menopausa representa um importante risco cardiovascular feminino. Por isso, é importante saber se a terapia de reposição hormonal possui algum benefício em redução de risco cardiovascular. Dessa forma, foi realizada esta discussão sobre a atual Diretriz Brasileira de Saúde Cardiovascular no Climatério e Menopausa 2024, no Congresso Brasileiro de Cardiologia 2024.

Resumo da Palestra:

Durante a palestra, se pontuou o efeito positivo do estrogênio sobre o vaso, tecido adiposo e sensibilidade à insulina. No momento da menopausa (precoce ou não), devido à queda estrogênica, a mulher entra em processo inflamatório e de estresse oxidativo, aumentando seu risco cardiovascular. No entanto, a terapia de reposição hormonal não deve ser indicada para redução de risco cardiovascular (tanto prevenção primária, quanto secundária), salvo em situações de menopausa precoce ou insuficiência ovariana prematura, no mínimo até os 50 anos, visto que, para estes 2 perfis de pacientes, a ausência do estrogênio representa um importante fator de risco cardiovascular. O grande ganho da terapia de reposição hormonal seria a melhora da massa óssea, de sintomas vasomotores e de saúde urogenital e ela não deve ser realizada em pacientes com doença hepática descompensada, antecedente pessoal de doença coronariana, acidente vascular cerebral, trombose venosa profunda, antecedente pessoal de meningioma. Por fim, foi ressaltado durante a palestra que “chips da beleza” ou implantes hormonais são fortemente contraindicados e não devem ser recomendados para as pacientes.

Qual o Impacto na Prática?

A palestra reforça a informação de que a terapia de reposição hormonal não reduz risco cardiovascular em mulheres e, por isso, não deve ser prescrita para este fim. No entanto, após avaliação cardiológica e ginecológica minuciosa, tal terapia, preferencialmente na forma transcutânea ou em “patchs”, pode e deve ser considerada para redução de sintomas vasomotores, melhora de massa óssea e, consequente, melhora da qualidade de vida das pacientes.