Bimekizumab em Pacientes com Artrite Psoriásica Iniciantes em Imunobiológico
29 de outubro de 2024
5 minutos de leitura
Letícia Lima Santos
Bimekizumabe é eficaz no controle da artrite psoriásica em pacientes virgens de tratamento imunobiológico?
A artrite psoriásica é uma condição inflamatória crônica que pode levar ao comprometimento funcional e à deterioração da qualidade de vida. Apesar da disponibilidade de várias opções de tratamento, muitos pacientes não respondem adequadamente ou apresentam efeitos colaterais intoleráveis. O estudo BE OPTIMAL foi conduzido para avaliar a eficácia do Bimekizumabe, um anticorpo monoclonal que inibe seletivamente as interleucinas IL-17A e IL-17F, em pacientes com artrite psoriásica ativa que nunca receberam tratamentos biológicos. Portanto, o estudo avalia se o Bimekizumabe é capaz de proporcionar melhorias significativas nos sintomas da artrite psoriásica em comparação com o placebo e com um tratamento ativo padrão (Adalimumabe).
Ensaio clínico randomizado
Multicêntrico, com 135 centros em 14 países
Duplo-cego
Controlado por placebo e grupo de referência ativo (adalimumabe)
Grupo de referência ativo (Adalimumabe) incluído para permitir uma avaliação do perfil de risco-benefício do Bimekizumabe juntamente com um tratamento padrão comumente usado e para permitir o mascaramento do tratamento ativo.
Randomização na proporção 3:2:1 (bimekizumabe, placebo, adalimumabe)
Duração total de 52 semanas.
Adultos portadores de artrite psoriásica ativa, sem tratamento biológico prévio, incluídos entre abril de 2019 e outubro de 2021.
Pacientes que atendiam aos critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR) de artrite psoriásica
Idade mínima de 18 anos
Presença de atividade da doença, definida por um escore de 3 ou mais, em uma escala de 0 a 10 na avaliação da dor, e um escore de 3 ou mais em pelo menos articulações dolorosas ou edemaciadas
Não ter recebido tratamento anterior com terapias biológicas
Presença de outras condições autoimunes ou inflamatórias
Pacientes que apresentaram uma resposta inadequada ou intolerância a tratamentos com inibidores do TNF-α
Pacientes com infecções ativas ou outras condições médicas que poderiam comprometer a segurança do tratamento.
Bimekizumabe (dose 160 mg a cada 4 semanas via subcutânea), que é um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado específico para inibir as interleucinas IL-17A e IL-17F.
Grupo placebo: placebo (1ml de solução aquosa de cloreto de sódio a 0,9% via subcutânea) a cada 2 semanas.
Grupo adalimumabe (referência ativa): adalimumabe (dose 40 mg a cada 2 semanas via subcutânea)
Primário: proporção de pacientes que atingiram uma resposta de 50% ou mais nos critérios da American College of Rheumatology (ACR50) na semana 16.
Secundários: mudança no HAQ-DI (capacidade funcional); PASI90 (90%+ de melhora no PASI em pacientes com ≥3% da superfície corporal afetada); mudança no SF-36 PCS (qualidade de vida); proporção de pacientes atingindo MDA (5+ critérios de atividade mínima); mudança no vdHmTSS (progressão de danos articulares).
MasculinoFeminino
Idade média: 48,7 anos
95% de todos os pacientes da raça branca
Placebo (n=281) / Bimekizumabe (n=431) / Adalimumabe (n=140)
Idade: 48,7 x 48,5 x 49 anos
Mulheres: 55% x 53% x 49%
Tempo de doença: 5,6 x 6,0 x 6,1 anos
PASI (Índice de Gravidade e Área de Psoríase): 7,9 x 8,2 x 8,5
Entesites: 25% x 33% x 26%
Uso de Metotrexato: 58% x 58% x 59%
Na semana 16, 44% dos pacientes tratados com bimekizumab atingiram ACR50, comparado a 10% no grupo placebo (p < 0,0001). O grupo adalimumabe apresentou 46% de resposta.
Entre os pacientes com psoríase afetando 3% ou mais da superfície corporal, uma proporção significativamente maior de pacientes no grupo Bimekizumabe alcançou uma melhoria de 90% ou mais no PASI em comparação com o grupo placebo.
A proporção de pacientes que atingiram a resposta de atividade mínima da doença foi significativamente maior no grupo Bimekizumabe em comparação com o grupo placebo.
Na avaliação da progressão de danos estruturais, o Bimekizumabe reduziu significativamente a progressão de danos nas articulações em comparação com o placebo.
Os resultados para os demais desfechos secundários também foram significativamente melhores no grupo bimekizumab em comparação ao placebo.
O perfil de segurança do Bimekizumab foi considerado consistente com o observado em estudos anteriores, como o estudo de fase 2b BE ACTIVE. Não foram observados novos sinais de segurança durante o estudo.
O tratamento com bimekizumab resultou em uma melhora clinicamente significativa no controle da artrite psoriásica em pacientes virgens de tratamento biológico, em comparação com o placebo.
Ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, o que é considerado o padrão-ouro para avaliar a eficácia e a segurança de intervenções médicas. Isso minimiza o viés e permite uma comparação clara entre os grupos de tratamento.
Multicêntrico, o que fortalece a validade externa dos resultados.
Apesar do grupo com adalimumabe ter sido incluído como referência, o estudo não foi desenhado para comparações estatísticas diretas entre o adalimumabe e o bimekizumabe. Isso introduziu um nível adicional de complexidade sem agregar diretamente ao objetivo principal, que era avaliar o bimekizumabe em relação ao placebo.
Duração limitada do estudo não permite avaliar efeitos duradouros do bimekizumabe
Apesar da inclusão de múltiplos países, a predominância da etnia caucasiana limita a aplicabilidade dos resultados para a população latino-americana.
Autor do conteúdo
Marcos Jacinto
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/bimekizumab-em-pacientes-com-artrite-psoriasica-iniciantes-em-imunobiologico
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