ADA 2024 - Prevenção e Manejo de MASLD no Diabetes
24 de junho de 2024
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A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD) é a causa mais comum de doença hepática no mundo e, em pacientes com diabetes, é ainda mais prevalente, acometendo 2 a cada 3 pessoas com diabetes tipo 2 (DM2), aumentando o risco de cirrose, hepatocarcinoma e mortalidade por todas as causas. Portanto é fundamental que o diagnóstico e intervenção sejam precoces, pois nos estágios iniciais a doença é reversível. No Encontro da Associação Americana de Diabetes, ADA 2024, foram discutidas recomendações de prevenção e manejo de MASLD que incluem um estilo de vida saudável e tratamento adequado do diabetes e obesidade.
As recomendações gerais incluem a adoção de um estilo de vida saudável e um tratamento agressivo e efetivo da obesidade, com perda de mais de 5% do peso, idealmente acima de 10%, se houver indicação. É crucial a prevenção e o manejo correto do pré-diabetes e diabetes, com atenção especial a grupos de alto risco para desenvolvimento de MASLD, como aqueles com pré-diabetes, DM2, obesidade e/ou mais de dois fatores de risco cardiometabólicos, esteatose hepática na imagem ou aumento de transaminases. O rastreio de complicações metabólicas deve ser feito com ultrassonografia de abdome e cálculos de escores de risco, como o FIB4. A abordagem nutricional deve ser individualizada, ajustando a distribuição de macronutrientes para cada paciente, com foco no controle glicêmico e de peso. Deve-se substituir alimentos processados por alimentos integrais e ricos em fibras, além de limitar o consumo de álcool, eliminando-o completamente em casos de fibrose moderada (maior que F2). A atividade física regular demonstra benefícios específicos para o fígado em indivíduos com MASLD, reduzindo níveis de transaminases e esteatose hepática. Algumas evidências sugerem também a redução da fibrose hepática. Entre as medicações antidiabéticas, a metformina não apresenta efeitos específicos relevantes, enquanto a pioglitazona reduz esteatose e inflamação, mas não a fibrose. Os análogos de GLP1 reduzem esteatose e inflamação, mas também não a fibrose. Os inibidores de SGLT2 ainda têm benefícios controversos. O resmetirom, um agonista seletivo hepático do receptor de TSH-beta, reduz esteatose, inflamação e fibrose.
Mesmo com terapias cada vez mais modernas e eficazes para MASLD, o grande desafio ainda está na prevenção e no diagnóstico precoce. O cuidado deve ser individualizado, com objetivos focados no controle otimizado do diabetes, obesidade e comorbidades metabólicas. É essencial reduzir o risco cardiovascular e reverter a MASLD em estágios precoces, diminuindo o risco de evolução para cirrose, hepatocarcinoma e morte. O resmetirom foi aprovado recentemente pelo FDA como a primeira terapia específica para tratar MASLD. No entanto, essa medicação ainda não está disponível no Brasil.
Texto escrito por Dra. Julia Leitão - Endocrinologista
Autor do conteúdo
Equipe DocToDoc
Referências
Públicação Oficial
https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ada-2024-prevencao-e-manejo-de-masld-no-diabetes
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