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    ADA 2024 - Como Eu Trato Crises Hiperglicêmicas em Adultos com Diabetes

    26 de junho de 2024

    3 minutos de leitura

    Racional

    • A American Diabetes Association (ADA), juntamente com outras associações internacionais, atualizou suas diretrizes para o manejo de crises hiperglicêmicas em adultos com diabetes.

    • Este consenso visa incorporar os avanços no entendimento e tratamento da cetoacidose diabética (CAD) e do estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH) desde a última atualização em 2009.

    • As novas recomendações enfatizam diagnósticos mais precisos, ajustes nos critérios de gravidade e mudanças nas abordagens terapêuticas.

    Recomendações

    • Apresentação Clínica

      • CAD:

        • Evolução em horas a dias.

        • Estado de consciência geralmente alerta.

        • Poliúria, polidipsia, perda de peso e desidratação.

        • Náusea, vômitos e dor abdominal.

        • Respiração de Kussmaul.

      • EHH:

        • Evolução ao longo de vários dias.

        • Frequentemente há alteração de nível de consciência.

        • Poliúria, polidipsia, perda de peso e desidratação.

        • É comum a apresentação simultânea com outra doença aguda.

      • A apresentação clínica pode ser um misto de CAD e EHH em até 1/3 dos casos.

    • Critérios Diagnósticos de CAD

      • Cetose:

        • Beta-hidroxibutirato > 3,0 mmol/L ou cetonúria > 2 cruzes.

        • Preferência pela avaliação de cetonemia ao invés da cetonúria.

      • Acidose Metabólica:

        • pH < 7,3 e/ou bicarbonato < 18 mmol/L.

      • Diabetes/Hiperglicemia:

        • Glicemia > 200 mg/dL ou histórico prévio de diabetes.

        • Inclusão do histórico prévio de diabetes para diagnóstico, refletindo a variação nos níveis glicêmicos na apresentação inicial.

      • O critério do ânion gap > 10-12 mmol/L foi retirado.

    • Gravidade da CAD

      • CAD Leve:

        • Beta-hidroxibutirato > 3-6 mmol/L.

        • pH 7.26-7.30 ou bicarbonato 15-18 mmol/L.

        • Estado mental alerta.

        • Manejo: enfermaria ou unidade de observação.

      • CAD Moderada:

        • Beta-hidroxibutirato > 3-6 mmol/L.

        • pH 7.0-7.25 ou bicarbonato < 10 a < 15 mmol/L.

        • Estado mental alerta ou sonolento.

        • Manejo: unidades de cuidado intermediário.

      • CAD Grave:

        • Beta-hidroxibutirato > 6 mmol/L.

        • pH < 7.0 ou bicarbonato < 10 mmol/L.

        • Estado mental estupor ou coma.

        • Manejo: unidade de terapia intensiva.

    • Critérios Diagnósticos de EHH

      • Hiperglicemia:

        • Glicose plasmática > 600 mg/dL.

      • Hiperosmolaridade:

        • Osmolaridade sérica efetiva > 300 mOsm/kg OU osmolaridade sérica total > 320 mOsm/kg.

      • Ausência de cetonemia significativa:

        • Cetonemia < 3,0 mmol/L, cetonúria < 2+.

      • Ausência de acidose:

        • pH > 7,3, bicarbonato sérico > 15 mmol/L.

    • Manejo

      • CAD leve/moderada:

        • Tratamento com análogos de insulina subcutânea de ação rápida a cada 1-2 horas.

      • CAD grave/EHH:

        • Tratamento com insulina endovenosa.

      • Bicarbonato:

        • Recomendado apenas se pH < 7,0.

      • Potássio:

        • K < 3,5 mEq/L: não iniciar insulina até atingir ≥ 3,5 mEq/L.

        • K 3,5-5,0 mEq/L: iniciar simultaneamente insulina e potássio.

        • K > 5,0 mEq/L: iniciar insulina e monitorizar potássio a cada 2 horas.

    • Critérios de Resolução

      • CAD:

        • pH venoso > 7,3, bicarbonato > 18 mmol/L, cetonemia < 0,6 mmol/L.

        • Glicemia ideal < 200 mg/dL.

      • EHH:

        • Osmolaridade sérica < 300 mOsm/kg, hiperglicemia < 250 mg/dL, diurese > 0,5 ml/kg/hora, melhora do estado cognitivo.

    • Transição de Insulina Endovenosa para Subcutânea

      • Estimativa da Dose Total Diária (DTD):

        • Baseada no peso do paciente: 0.5–0.6 UI/kg/dia (0.3 UI/kg/dia para pacientes com risco de hipoglicemia).

        • Considerar doses prévias de insulina do paciente.

        • Avaliar infusão de insulina endovenosa nas últimas horas.

      • Esquema Basal-Bolus:

        • 40-60% da DTD como insulina basal, restante como insulina rápida.

    • Uso de Análogo de Insulina de Ação Longa

      • Pode reduzir hiperglicemia de rebote e recorrência de CAD.

      • Uso como tratamento de suporte, não substitui a necessidade de insulina EV.

    Referência

    • American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes—2024. Diabetes Care. 2024;47(Suppl 1)

    . Disponível em: https://link.springer.com/content/pdf/10.1007/s00125-024-06183-8.pdf.

    Leia a Seguir:

    Como Eu Manejo Efeitos Colaterais Graves dos Análogos de GLP1 


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ada-2024-como-eu-trato-crises-hiperglicemicas-em-adultos-com-diabetes


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