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    ADA 2024 - Análogos de GLP-1: A Chave para Reduzir o Consumo de Álcool?

    27 de junho de 2024

    2 minutos de leitura

    Qual o Contexto?

    O Transtorno do Uso de Álcool (TUA) acomete cerca de 10,6% da população americana e é responsável por mais de 1,7 milhão de visitas às emergências e mais de 140 mil mortes anuais nos Estados Unidos. O TUA é caracterizado pela incapacidade de parar ou controlar o uso de álcool, mesmo diante de efeitos adversos sociais, ocupacionais ou consequências à saúde. A condição varia de leve a severa e pode causar alterações cerebrais que aumentam a vulnerabilidade do paciente a recaídas. No Encontro da Associação Americana de Diabetes 2024, o Professor Lorenzo Leggio abordou os efeitos dos agonistas de GLP-1 no sistema nervoso central, além do contexto de diabetes e obesidade, explorando suas potenciais aplicações no tratamento do TUA.

    Resumo da Palestra

    O professor Lorenzo explorou como o uso do álcool altera os mecanismos cerebrais de recompensa e os efeitos dos agonistas de GLP-1 no sistema nervoso central. Ele destacou que esses agonistas podem influenciar o comportamento de busca de recompensas e a resposta ao álcool em pacientes com Transtorno do Uso de Álcool (TUA). Nos Estados Unidos, as medicações aprovadas para TUA incluem disulfiram, acamprosato e naltrexona. Embora a adição seja uma doença cerebral, as conexões com periféricas também são importantes, afetando a suscetibilidade a doenças e infecções. Estudos recentes mostraram que análogos de GLP-1 reduzem o consumo de álcool em modelos de roedores e humanos. Exenatida administrada semanalmente reduziu o consumo de álcool em 26 semanas. A semaglutida, especificamente, mostrou reduzir o consumo de álcool e modular o neurotransmissor GABA. A administração progressiva de semaglutida reduziu o consumo de álcool, independentemente do consumo de açúcar. Um estudo publicado na revista Nature associou a semaglutida à redução significativa na incidência e recorrência de TUA. Pacientes em uso de semaglutida apresentaram menores escores de gravidade do uso de álcool, sugerindo um efeito protetor contra recaídas, especialmente em pacientes já diagnosticados com TUA.

    Qual o Impacto na Prática?

    O entendimento dos efeitos dos agonistas de GLP-1 no sistema nervoso central pode oferecer novas perspectivas para o tratamento de TUA. Ao modular os mecanismos de recompensa cerebral, esses agentes podem reduzir o desejo intenso e a vulnerabilidade a recaídas, proporcionando uma nova abordagem terapêutica para pacientes que lutam contra o uso de álcool. Além disso, essas percepções podem levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, apesar de promissores, os agonistas do receptor GLP-1 ainda carecem de comprovação completa, e futuros estudos serão necessários para validar esses achados. Aguardamos os próximos resultados para determinar o impacto clínico desses agentes no tratamento do TUA.

     

    Texto elaborado por: Dra. Andressa Heimbecher, Endocrinologista, criadora do instagram @endocrinologiaemdia


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/ada-2024-analogos-de-glp-1-a-chave-para-reduzir-o-consumo-de-alcool


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