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    EndoSociety 2024 - Abordagem Dos DIistúrbios Da Tireoide Durante A Gravidez

    02 de junho de 2024

    2 minutos de leitura

    QUAL O CONTEXTO?

    A doença autoimune da tireoide é uma condição bastante prevalente, principalmente nas mulheres.  Na gestação, é de suma importância para a mãe e para o feto o diagnostico e manejo adequado destas condições, para evitar complicações. Neste período da vida da mulher, há modificações na fisiologia hormonal, que pode dificultar a avaliação das condições da tireoide.

    RESUMO DA AULA / PALESTRA:

    A aula resumiu as alterações fisiológicas relacionadas a tireoide na gestação, apontando os principais fatores. São eles:

    • Aumento da TBG devido ao hiperestrogenismo, que eleva T3 e T4 totais
    • Degradação hormonal pela deiodinase placentária tipo 3
    • Aumento do clearance renal de iodo
    • Aumento da demanda de hormônio tireoidiano pelo feto

    Tudo isso tenta ser compensado pelo aumento do HCG, que apresenta semelhança molecular com o TSH, e portanto estimula a produção hormonal da tireoide, e leva a redução dos níveis do TSH. 

    Principalmente no primeiro trimestre, as concentrações do HCG estão muito elevadas, podendo levar a um quadro de tireotoxicose gestacional, que muitas vezes pode parecer uma tireotoxicose por doença de Graves. Mas é importante saber identificar parâmetros que diferenciem as duas condições. Parâmetros que ajudam na identificação de Graves são presença de anticorpos, volume e fluxo sanguíneo da tireoide mais elevados, além de níveis de T3 e T4 livres mais elevados. No caso de tratamento do Graves, este deve ser feito de forma lenta para evitar hipotireoidismo rebote, já que muitas vezes Graves e Hashimoto coexistem.

    Sobre o hipotireoidismo na gestação, no caso de doença franca o tratamento é indiscutível. No caso de doença subclínica (TSH entre 4-10 mUI/l), apesar de não haver grande comprovação de que o tratamento vai trazer benefícios, certamente os riscos são muito baixos.

    Alguns pontos também abordados:

    • Não tratar hipotiroxinemia isolada (TSH no alvo com T4 livre pouco baixo); provavelmente é um problema do ensaio laboratorial.   
    • Não usar T3 na gestação; o tratamento quando necessário deve ser com T4 (T3 não cruza placenta e o feto tem receptores de T4 no cérebro, não de T3).

    QUAL O IMPACTO NA PRÁTICA CLINICA?

    A palestra foi uma revisão sobre tireoide e gestação, e reforçou alguns pontos. Na prática clínica, para o hipertireoidismo, importante diferenciar Graves de tireotoxicose gestacional, até porque nesta não é indicado tratamento com drogas antitireoidianas. Na decisão de tratar o Graves, fazer lentamente. NÃO SE DEVE TENTAR NORMALIZAR O TSH!

    Já no caso do hipotireoidismo, apesar do benefício pouco comprovado, como os riscos do tratamento são baixos, em geral a opção é também tratar os casos subclínicos, principalmente aqueles com anti-TPO positivo. NÃO SE DEVE USAR T3!

    PALESTRANTE: 

    Linda Anne Barbour, MSPH,MD.
    University of CO School of Medicine and Anschutz Medical Campus, Aurora, CO, USA.


    Autor do conteúdo

    Equipe DocToDoc


    Referências

    Públicação Oficial

    https://app.doctodoc.com.br/conteudos/abordagem-dos-diisturbios-da-tireoide-durante-a-gravidez


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